Belo Horizonte amanheceu com mais um dia de paralisação no transporte público nesta quinta-feira (2). No ponto de ônibus da Avenida Sinfrônio Brochado, na Região do Barreiro, o dia ainda estava clareando, mas passageiros já estavam no aguardo pela chegada do coletivo.
Por volta das 7h15, quem conseguia pegar o ônibus na Estação Rio de Janeiro, no Centro, tinha que se espremer para seguir viagem.
Já na garagem da Viação São Dimas, que fica na Região da Pampulha, ônibus que começariam a circular por volta de 3h30 da manhã foram impedidos de sair.
Segundo a Empresa e Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), da 0h às 7h, 28,8% das viagens foram cumpridas.
Confira a porcentagem de viagens realizadas em relação às programadas na faixa das 6h às 7h, segundo a BHTrans:
Barreiro: 1%
Diamante: 7%
José Cândido: 75%
Pampulha: 7%
São Gabriel: 40%
São José: 14%
Venda Nova: 0%
Vilarinho: 25%
Demais Linhas: 42%
Apesar do movimento, até as 6h25 da manhã desta quinta, não havia registros de tumultos relacionados à greve, segundo a Polícia Militar (PM). Entretanto, pouco depois das 7h, a corporação informou que recebeu um chamado, relatando que motoristas que queriam sair de uma garagem, no bairro Tirol, no Barreiro, estariam sendo ameaçados.
Reivindicações mantidas
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Rodoviários de Belo Horizonte e Região (STTRBH), os trabalhadores vão manter as mesmas reivindicações da última greve.
O diretor de Relações Sindicais da entidade, Sérgio Duarte Alves, disse que a paralisação será mantida até que as exigências da categoria sejam atendidas.
"Fizemos uma assembleia ontem (1º) com aproximadamente 150 trabalhadores, e eles definiram que não iriam aceitar a proposta patronal pois é ruim para o trabalhador", disse.
Entre as principais reivindicações dos profissionais, estão o reajuste salarial (INPC e perdas dos últimos anos), retorno do ticket nas férias, pagamento do abono 2019/2020 e fim da limitação do passe livre.
Uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que o STTRBH garanta a presença ao trabalho dos profissionais necessários ao funcionamento de, no mínimo, 60% da frota de transporte coletivo urbano de Belo Horizonte. Em caso de descumprimento, há previsão de multa diária de R$ 50 mil.