Um homem que trabalhava como Papai Noel em um shopping, na Zona Sul da cidade de São Paulo, foi acusado de racismo contra uma criança de seis anos, na última sexta-feira (3). O homem teria desencorajado a escolha de presente do garoto afirmando que o item não "condizia com a realidade" dele.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Tamires Silva de Oliveira, de 29 anos, que é também é mãe de outras três crianças, contou que levou os meninos para verem o Papai Noel no estabelecimento. Segundo ela, seu filho Cauã disse ao homem que queria um skate elétrico de presente de Natal. "Foi quando o Papai Noel disse de forma muito arrogante que aquele presente não condizia com a realidade dele", disse Tamires ao portal.
A mãe, que é autônoma, compartilhou o relato nas redes sociais e contou que recebeu apoio e mensagens de indignação. Ela disse ainda que o Papai Noel perguntou para a criança quanto o pai ganhava por mês. "Ele, na inocência, respondeu R$ 100", lembrou.
O filho mais velho de Tamires, de 12 anos, também teria dito que queria um celular e foi apenas respondido com um "esquece", vindo do homem fantasiado. A mãe das crianças afirmou que começou a passar mal e teve uma crise de ansiedade. Ela conta ainda que não consegue dormir há dias devido ao episódio. "Eles acharam mesmo que o pedido seria realizado", lamentou.
A autônoma disse que durante a conversa o Papai Noel ainda lhe perguntou se as quatro crianças eram seus filhos e se ela não tinha televisão em casa.
Em nota, o shopping Plaza Sul afirmou que lamenta o ocorrido e que o profissional já foi substituído. "A atitude do ator contratado por empresa terceirizada está completamente equivocada e não condiz de forma nenhuma com as orientações passadas pelo shopping", informou.
A família contratou um advogado e pretende acionar o estabelecimento na Justiça.