HOSPITAL DESMONTA SALA ONDE MULHERES FORAM ESTUPRADAS EM SÃO PAULO E VÍTIMAS FALAM EM ' PUNIÇÃO '
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Publicado em 09/12/2021

A sala de descanso onde profissionais de saúde denunciam que sofreram abusos sexuais enquanto dormiam, por parte de um técnico em enfermagem de 46 anos, foi desmontada após a repercussão da prisão do suspeito. Os beliches e colchões foram removidos do local e, agora, há diversas cadeiras de plástico espalhadas pelo cômodo.

A sala de descanso, que contava com pelo menos três beliches e colchões espalhados no chão, onde os profissionais dormiam entre os plantões, foi substituída por dezenas de cadeiras de plástico, no formato de uma sala de espera. A mudança aconteceu um dia após a repercussão da prisão dele.

Segundo contam, o suspeito, que foi preso após as denúncias, agiu de forma parecida com todas elas, tocando-as enquanto elas dormiam no momento de descanso, no cômodo reservado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Peruíbe, no litoral de São Paulo.

Conforme uma das profissionais da unidade de saúde, o anúncio da mudança aconteceu após a repercussão da prisão do colega, por importunação sexual e estupro de vulnerável. "Não sei o motivo de fazerem isso, me pareceu uma forma de punição por denunciarmos", opinou.

Abuso enquanto dormiam

Até o momento, pelo menos cinco vítimas foram identificadas. Segundo uma das vítimas, ela chegou a acordar, por duas vezes, com o homem a tocando. "Acordei com ele passando a mão nas minhas costas, mas quando chegou perto do bumbum, eu acordei e apertei o dedo dele. Falei para ele me respeitar, e ele disse que estava brincando", disse.

A situação se repetiu alguns meses depois e, conforme o tempo passou, as vítimas foram conversando entre si e notando as semelhanças entre os abusos sexuais: sempre enquanto elas estavam dormindo na sala de descanso dos técnicos em enfermagem, no período noturno. Ele deitava em um local próximo da vítima e se aproveitava do local reservado para tocá-las.

Ele começou a ser investigado pela Delegacia da Mulher após a denúncia de uma das enfermeiras. Os crimes aconteceram na UPA de Peruíbe, no período noturno e na área de descanso dos profissionais. Como as mulheres estavam sempre dormindo nos momentos dos ataques, ele se aproveitava do sono profundo para que elas não resistissem ou pudessem se defender dos atos libidinosos.

A investigação apontou, também, que o técnico teria encostado seu órgão genital nas mãos de uma paciente de 55 anos durante atendimento, mas a Polícia Civil ainda não conseguiu localizá-la. O suspeito foi encaminhado até a Cadeia Pública de Peruíbe, onde permanece preso durante as investigações, que correm sob segredo de Justiça. A Polícia Civil espera que, com a divulgação da prisão, novas vítimas se apresentem e prestem depoimento.

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