NOVA VACINA CONTRA A GRIPE DEVE CHEGAR ENTRE FEVERIRO E MARÇO
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Publicado em 18/12/2021

A vacina contra a nova variante do vírus influenza H3N2, a Darwin, deve chegar ao Brasil no início de 2022. O Instituto Butantan, maior produtor de vacinas para a gripe do Hemisfério Sul, já iniciou a preparação dos bancos virais para atualizar o imunizante contra essa nova variante, que vem causando surtos no país.

O Butantan produz 80 milhões de doses de vacinas contra gripe para atender o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde. Neste ano, o instituto recebeu um selo de qualidade da Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso significa que o imunizante contra a gripe é seguro, tem qualidade e pode ser vendido para o mundo inteiro.

Quando a nova vacina da gripe estará disponível no Brasil?

Ricardo das Neves acredita que a previsão de produção e liberação de lotes deve ocorrer, no melhor cenário, na segunda quinzena de fevereiro, início de março de 2022. O Butantan está produzindo, no momento, a atualização da cepa B.

"Já produzimos 100% da H1N1. Nesse momento, estamos produzindo IFA [Insumo Farmacêutico Ativo] da cepa B. Em janeiro, vamos iniciar a produção da Darwin. Nesse momento, estamos produzindo os bancos virais para começar o IFA da Darwin."

Como funciona a vacina da gripe

O diretor do Butantan explica que a vacina produzida pelo instituto é a chamada trivalente, ou seja, abriga três cepas. "A composição é sempre um vírus H1N1, um vírus B e um vírus H3N2. Ao longo do tempo, esses vírus vão sofrendo mutações e, seguindo as orientações da OMS, a gente vai atualizando" (veja mais abaixo como é feita a atualização).

As vacinas quadrivalentes, disponíveis no mercado privado, têm na composição quatro cepas. "A diferença é que a quadrivalente tem uma cepa B a mais. Na trivalente, temos só a B victoria. O Butantan vem trabalhando no desenvolvimento da vacina quadrivalente e ela deve sair nos próximos anos", diz o diretor.

Por que temos vacinação anual contra a gripe?

As vacinas de influenza não criam memória a longo prazo, explicou o diretor de produção do Butantan. Além disso, todo ano há atualização de cepas. "A eficácia diminui quando tem uma mutação do vírus, mas ainda protege. As mutações são relevantes, mas os vírus continuam sendo parentes, como se fosse primos. A produção diminui, mas ainda existe".

Sobre os surtos de influenza registrados no Brasil, Ricardo lembra que é natural a proteção da vacina diminuir um pouco após cinco, seis meses (a campanha de vacinação no país começou em abril). Contudo, a procura pela vacina da gripe esse ano foi menor, já que muitas pessoas priorizaram a vacinação contra a Covid-19.

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