Um grupo fez um protesto neste sábado (18), em Guanambi, no sudoeste da Bahia, para pedir justiça pela morte de Alcione Malheiros, de 42 anos, e da filha dela, Ana Júlia Teixeira, de 16. Mãe e filha foram encontradas mortas em um riacho da cidade. O suspeito do crime está preso.
O ato deste sábado, contou com amigos e familiares da vítima, além de demais moradores de Guanambi. O público fez uma caminhada com cartazes pedindo justiça, com a palavra luto e reforçando a importância do debate sobre o machismo.
O grupo ainda pediu a implantação de uma delegacia especializada de atendimento à mulher. O g1 entrou em contato com a Polícia Civil para saber se há projetos para uma delegacia especializada na cidade e aguarda retorno.
Mãe e filha foram encontradas com marcas de pedradas. Ele faziam uma caminhada pela região quando foram atacadas.
"As vítimas foram executadas com tijolo, que ele achou dentro da mata", informou o delegado Rhudson Barcelos.
Mãe e filha foram identificadas como Alcione Malheiros Teixeira Ribeiro, de 42 anos, e Ana Julia Teixeira Fernandes, de 16. A mulher era técnica de enfermagem e trabalhava no Hospital Geral de Guanambi. Ela deixa o marido e um filho de 21 anos. Já a adolescente, era estudante de uma escola estadual.
As vítimas foram achadas mortas no domingo (12) em um riacho, às margens da BR-030, na área rural da cidade, após a Polícia Militar receber uma denúncia de uma motocicleta abandonada na região.
Prisão do suspeito
Marco Aurélio da Silva, de 36 anos, foi preso na segunda-feira (13), após ser identificado como proprietário da motocicleta abandonada na rodovia. Ele estava em um imóvel em construção, acompanhando do filho, um adolescente de 16 anos.
Após cometer o crime, Marco Aurélio teria deixado a moto no local. De acordo com a Polícia Civil, inicialmente, ele negou ser o dono do veículo, porém, em seguida afirmou que seria o responsável, mas que ela teria sido roubada no sábado (11), e que não registrou a ocorrência na delegacia por estar chovendo naquele dia. A polícia afirma que ele tentava criar um álibi.
Diante da inconsistência das afirmações, o homem foi conduzido, juntamente com o filho, até a delegacia. No local, Marco Aurélio negou a autoria do crime, porém, com as evidências de marcas de arranhões causadas, segundo a polícia, pela fuga dele no matagal, e em decorrência das inconsistências na sua defesa, ele confessou o crime e contou detalhes.
O delegado que investiga o caso, Rhudson Barcelos, informou que os corpos passaram por necropsia e alguns detalhes do caso já puderam ser obtidos. "As vítimas foram executadas com um tijolo, que ele achou dentro da mata", informou.
O delegado informou também que o suspeito teria retirado as roupas das vítimas, mas elas não foram estupradas. Disse ainda que o homem estava sob o efeito de drogas. Marco Aurélio foi autuado em flagrante pelo crime de duplo homicídio.
Segundo o coordenador da 22ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), delegado Clécio Magalhães, há evidências de que o suspeito tentou violentar as vítimas, mas que não chegou a realizar o ato. Ainda segundo o coordenador, o suspeito teria afirmado que matou mãe e filha por medo de ser denunciado.
A prefeitura de Guanambi emitiu nota de pesar por causa da morte de mãe e filha, além disso manifestou "pesar e consternação pelo lamentável episódio".