ACIDENTE EM CAPITÓLIO PODE TER SIDO CAUSADO POR EROSÕES E INFILTRAÇÃO
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Publicado em 09/01/2022

O desabamento de um paredão no lago de Furnas, em Capitólio (MG), pode ter sido acelerado por erosão do solo e infiltrações de água das fortes chuvas que atingem todo o estado há dias, segundo especialistas.

Eles também destacaram o fato de que paredões e falésias costumam ceder naturalmente e, conforme o turismo avança, isso passa ser mais conhecido.

Para Joana Paula Sanchez, especialista em turismo geológico e professora da Universidade Federal de Goiás, um mapeamento técnico da região poderia ter evitado que pessoas estivem tão próximas de uma área de risco.

O desabamento no começo da tarde deste sábado (8) deixou 7 mortos, dezenas de feridos (4 ainda estão internados) e 3 desaparecidos.

A Marinha do Brasil informou que um um inquérito será instaurado para apurar as causas e a Polícia Civil também também já investiga o caso. Além disso, a Marinha deve investigar se os barcos de passeio poderiam estar ali, dadas as condições climáticas e os alertas meteorológicos.

Condições climáticas e geológicas

Além das chuvas intensas dos últimos dias, pesa o fato de a região ser basicamente formada por rochas que possuem uma resistência menor (leia mais sobre ela ao fim da reportagem).

"A entrada de água nessas áreas pode fazer a rocha perder a coesão, que é a resistência interna", explicou tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.

Fábio Braz, da Sociedade Brasileira de Geologia, também acredita que as chuvas contribuíram para a queda. "Essa questão das chuvas muito intensas, por períodos muito longos, [faz] o solo se encharcar. O sedimento se encharca e não existe mais aquela penetração ao longo da superfície, então começa haver o escoamento", explicou.

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