O ajudante de serviços gerais Yuri dos Santos Cruz, de 20 anos, ficou preso injustamente por quase três meses após ter sido acusado de roubar uma farmácia em agosto de 2021, no bairro Boqueirão, em Santos, no litoral de São Paulo. Ele foi preso porque usava uma bermuda, igual a do assaltante. Ele disse que os momentos na prisão foram horríveis e que não deseja para nenhum inimigo.
"É muito ruim ficar lá dentro. Parece que você fica dentro de um quadrado e só vê um quadrado todo dia. Você acorda e está dentro de um quadrado. Você dorme e está dentro do quadrado", falou o jovem.
O advogado de defesa Marcos Jesuíno Júnior afirmou que irá buscar uma indenização pela prisão ilegal do jovem. Yuri diz que espera que a Justiça seja feita. "Por causa que eu perdi [mais de] dois meses. Pode ser pouco, mas lá dentro parece um ano. Quero que a Justiça seja feita da maneira exata".
"Perdi dois meses e pouco de trabalho, não podendo trabalhar, não podendo ganhar meu dinheiro suado e [não] podendo aprender outras coisas também. O tempo que eu fiquei lá dentro foi horrível demais", disse.
Mesmo com o sofrimento causado pela prisão injusta, Yuri afirmou que tinha esperança e nunca desistiu de provar a inocência. "Sempre orava, sempre falava com Deus, sempre tive muita fé".
"Quando consegui o alvará de soltura fiquei muito feliz de poder rever meus amigos, minha família, todo mundo que esteve ali comigo e acreditou que não fui eu. Sempre tem o medo de que aconteça novamente, dos outros confundirem com outra pessoa por causa da nossa cor, mas coloco Deus na frente e espero que não aconteça novamente", afirmou.
Agora, Yuri mudou-se para outra cidade na Baixada Santista para recomeçar. "Estou trabalhando em uma obra. Estou muito feliz, podendo ajudar minha família e mudando de vida totalmente. Espero que o meu futuro seja perfeito e [que] parem com preconceito por causa da minha cor [da pele]", finalizou.