EX- SÓCIO DE HOMEM MORTO É ASSINADO A CHEGAR AO ENTERRO DO AMIGO
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Publicado em 06/10/2022

O empresário Fábio de Alamar Leite foi morto, nesta terça-feira (4), em frente ao Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte do Rio. Ex-sócio de Fabrício Alves Martins de Oliveira, de 33 anos — executado com tiros de fuzil, no domingo (2), em uma área com forte atuação da milícia na Zona Oeste do Rio — Fábio se preparava para participar do sepultamento do amigo quando foi atacado por dois homens armados com pistola. Ele ainda foi levado com vida para o Hospital Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu aos ferimentos. 

A Polícia Civil investiga se há alguma ligação entre os dois casos, que aconteceram num intervalo de 48 horas. E, além disso, se os crimes estão relacionados ao mercado da venda clandestina dos cigarros contrabandeados. Fabrício chegou a ser preso por contrabandear cigarros, em 2019. A venda irregular deste tipo de produto é atualmente um dos negócios explorados pelo maior grupo paramilitar do Rio. Por isso, os policiais investigam se a morte ocorrida no domingo teria alguma relação com o passado da vítima. 

Fábio foi sócio de Fabrício em um comércio, de acordo com dados da Receita Federal. Segundo testemunhas, o empresário passava pelo lado de fora do cemitério, na Avenida Pastor Martin Luther King, quando dois homens encapuzados desceram de um carro. Os bandidos se aproximaram da vítima e fizeram vários disparos. Em seguida, os atiradores embarcaram no veículo, onde um motorista já os aguardava, e fugiram. 

Quatro assassinos

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o empresário deu entrada já sem vida no Hospital Salgado Filho. A morte de Fabrício ocorreu pouco depois de o também empresário parar sua Ranger Rover blindada em um posto de gasolina na Estrada do Mendanha, próximo à Avenida Brasil, em Campo Grande. Ele havia acabado de desembarcar do carro e caminhava em direção a uma loja de conveniência quando foi atingido por tiros de fuzil, disparados por quatro homens encapuzados. 

Fabrício não resistiu aos ferimentos e morreu na hora. Os bandidos fugiram sem nada levar. Uma mulher que acompanhava o empresário pouco antes da execução escapou sem ferimentos. Ela chegou na mesma Ranger Rover que Fabrício, mas permaneceu no veículo aguardando o empresário.

Fabrício Alves Martins de Oliveira foi preso por policiais da Delegacia do Consumidor (Decon), em abril de 2019, com pelo menos cem caixas de cigarros contrabandeados. A prisão gerou um inquérito, remetido a uma vara da Justiça Federal, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, onde há uma ação penal de contrabando e descaminho. De acordo com informações da Secretaria de Policia Civil, as mortes de Fábio de Alamar Leite e de Fabrício Alves Martins de Oliveira são investigadas por agentes da Delegacia de Homicídios da Capital.

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