Em 24 horas, Minas Gerais registrou 175 casos confirmados e três novas mortes. Especialistas alertam para a possibilidade de uma nova onda do vírus com a chegada do verão e das festas de fim de ano. O infectologista Estevão Urbano, que integrava o Comitê de Enfrentamento à Pandemia de COVID-19 de Belo Horizonte, classificou o momento como "preocupante" e recomenda retorno da máscara de proteção em locais fechados.

“Esses números vão aumentando conforme as interações sociais aumentam. Como nós tivemos eleições e, agora, chega um momento de férias com viagens, a chance de aumento é real”, disse. Especialistas acompanham o aumento dos casos no hemisfério Norte. "Há uma tendência a chegar aqui o  que acontece dois meses antes na Europa e nos Estados Unidos.”

Apesar da vacina, muitas pessoas ainda seguem em risco para desenvolver a doença de forma grave. "Principalmente, os mais idosos e os imunossuprimidos. É importante a gente redobrar os cuidados especiais desses grupos de risco e aqueles que não se vacinaram”, disse.

Ao ser questionado se esse já é o momento para a retomada das medidas de segurança por parte das prefeituras, o infectologista respondeu:  “essa é uma conduta bem discutível no mundo inteiro. Ao meu ver,  para prevenir uma explosão de casos, seria interessante que, por exemplo, aumentássemos a procura daqueles ainda não vacinados para sensibilizarmos essa população e o retorno do uso de máscaras em em espaços fechados”, afirmou.

"Na minha opinião, seria bastante interessante que as pessoas, em especial, aquelas do grupo risco ou que moram com pessoas do grupo de risco voltassem a utilizar máscaras em locais pouco ventilados", acrescentou.

Belo Horizonte é a única capital do sudeste que não vacinou adultos abaixo de 40 anos com a terceira dose. A administração municipal argumenta que aguarda a chegada de vacinas enviadas pelo Ministério da Saúde para ampliar a imunização.

“Nós não sabemos exatamente a duração de proteção das vacinas . Possivelmente, ela perde o efeito com o passar do tempo então um reforço agora daria um 'booster', ou seja, um aumento na imunidade e as pessoas poderiam pegar essa possível nova onda com a sua imunidade bem preparada, principalmente, para evitar casos graves”

 O especialista não descarta a possibilidade de surgimento de nova variante.  “Sempre existe (a possibilidade) em momentos de surto. Na maioria das vezes, não são mais agressivas, mas, eventualmente, podem ocorrer.”