O presidente da CPMI dos Atos Antidemocráticos, deputado Arthur Maia, do União Brasil da Bahia, anunciou nesta terça-feira (1º) que vai acionar a Advocacia do Senado para que ingresse com pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para o colegiado ter acesso às imagens de câmeras de segurança do Ministério da Justiça e Segurança Pública, do dia 8 de janeiro, quando os prédios das Praças dos Três Poderes foram depredados.
O anúncio foi feito antes da oitiva do ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência, Saulo Moura da Cunha. Na chegada à CPMI, o deputado Nikolas Ferreira, do PL de Minas Gerais, afirmou que o ministro Flávio Dino tem atrapalhado o andamento das investigações.
"A ABIN, doutrinariamente, não é o tomador de decisões, mas sim de assistência e comunicação para outros setores. Hoje, vamos tirar a prova disso. A verdade vai aparecer. Muito estranho o ministro Flávio Dino, mais uma vez, atrapalhando o andamento das investigações, negando acesso às imagens das câmeras do Ministério da Justiça", afirmou Nikolas Ferreira.
"Nós temos a confirmação, por meio de matérias jornalísticas, que o governo federal não cumpriu com o plano escudo, ou seja, dava pra ter evitado, montando quatro linhas de segurança para que não invadissem a praça dos Três Poderes. É tudo muito estranho, espero que a verdade venha à tona", continuou o deputado.
O vice-líder do PT na Câmara dos Deputados, Rogério Correia, afirmou que o relatório da ABIN irá contribuir para esclarecer as responsabilidades e os financiadores dos atos antidemocráticos.
"O relatório da ABIN vai detalhar quem participou de todo o procedimento, e faz um alerta: desde setembro de 2021, em um ato no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro chamou o ministro Alexandre de Moraes de canalha. A gente lembra do clima tenso, que existia um ambiente de golpe. Essas mesmas pessoas que organizaram o ato de 7 de setembro de 2021 também organizaram os atos do dia 8 de janeiro deste ano. Esse documento da ABIN vai detalhar quem fretou ônibus, quem foram os financiadores, também está claro", afirmou Correia.
“É possível ter falhas, uma vez que o governo Lula só tinha 5 dias. Ali dentro tinham bolsonaristas que respondiam por aquilo. Então, é óbvio que teve facilitação no dia dos atos, pelas forças de segurança que estavam sob comando de bolsonaristas”, disse o parlamentar petista.
O deputado Alexandre Ramagem, do PL do Rio de Janeiro anunciou que a oposição vai acionar o Supremo contra o ministro Flávio Dino, para que o colegiado tenha acesso ao material. Caso o ministro Dino não forneça o conteúdo, a oposição vai pedir para que ele seja enquadrado no crime de responsabilidade e desobediência.