Relatórios entregues pela 123milhas para a Justiça de Minas Gerais mostram que a agência de viagens prevê terminar o ano com um caixa negativo em quase R$ 700 milhões. O valor leva em conta a previsão de movimentação financeira das duas empresas que formam a 123milhas.
Os documentos obtidos pela Itatiaia trazem a projeção do fluxo de caixa da 123 Viagens e Turismo (CNPJ principal da agência) e da Art Viagens e Turismo (emissora de passagens por milhas da holding). Segundo o relatório, a previsão é que a 123 Viagens termine o ano com R$ 588.544.980,00 negativos, enquanto a Art Viagens deve chegar no dia 31 de dezembro de 2023 com R$ 92.377.212 negativos. No total, o “rombo” no caixa seria de quase R$ 681 milhões.
Como a Itatiaia já adiantou, a 123milhas afirmou à Justiça que tem R$ 2,3 bilhões em dívidas. Segundo os relatórios, o maior credor da 123milhas é o Banco do Brasil, com quase R$ 23 milhões para receber da empresa. Bradesco (R$ 13,2 milhões), Google (R$ 7 milhões), Facebook (R$ 5,5 milhões) e Itaucard (R$ 1,8 milhões completam o “Top 5”.
Crise na 123milhas
A agência de viagens 123milhas surpreendeu milhares de clientes na última sexta-feira (18) após anunciar o cancelamento de pacotes de viagens promocionais, que atraíam muitas pessoas pelo preço baixo. A decisão revoltou clientes e fez a empresa pular rapidamente para o 1º lugar no ranking de empresas mais “denunciadas” do portal ReclameAQUI.
Na última terça-feira (29), a 123milhas um pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, em Minas Gerais. No pedido, a empresa afirma que enfrenta a "pior crise financeira de sua história" e alega que "fatores internos e externos impuseram um aumento considerável de seus passivos nos últimos anos". Confira os detalhes do pedido.
Advogados ouvidos pela Itatiaia afirmam que a empresa não pode oferecer apenas vouchers como forma de reembolso para os clientes e explicam que os consumidores têm o direito ao ressarcimento em dinheiro.