Após servir o exército por três anos, a sargento Sabrina Cherman, que nasceu em Diamantina, em Minas Gerais, está entre os mais de 300 mil reservistas convocados para enfrentar o grupo terrorista Hamas. Cherman, atualmente com 22 anos, foi para Israel aos 14 anos para cursar o ensino médio.
A sargento conversou com a nossa reportagem após ter recebido a convocação do Exército de Israel para atuar na guerra contra o grupo terrorista Hamas. Entre militares da ativa e da reserva, 360 mil soldados foram convocados.
Em entrevista à Itatiaia, a sargento disse que jamais deixaria o país que a acolheu: "Eu jamais deixaria o país onde eu me sinto tão acolhida. Israel é minha casa, me acolheu desde os 14 anos", diz a mineira que mora em Israel há oito anos.
A ligação dos jovens com o exército em Israel é diferente da relação que os brasileiros têm com as forças armadas brasileiras. Em Israel, todo jovem, de 18 anos, é obrigado a servir ao exército. Mulheres, em média, servem por dois anos. Os homens ficam por um período de quase três anos.
Durante o trabalho de apuração, a Itatiaia identificou que é comum, entre os jovens, publicar fotos e vídeos nas redes sociais mostrando o período de treinamento no exército. Sabrina, por exemplo, atuou como combatente na infantaria do exército israelense durante o período de treinamento.
Após concluir o treinamento, os jovens passam a fazer parte do grupo de reservistas. Mesmo não estando na ativa, os reservistas recebem treinamentos periódicos das Forças de Defesa de Israel (FDI) para que estejam sempre preparados e com as habilidades em dia. Diante de qualquer situação de emergência, conflito ou guerra, os reservistas podem ser acionados.
A sargento Sabrina Cherman afirma que os dias não têm sido fáceis. "Não está sendo fácil o que a gente está passando aqui. Só quem vive aqui sabe a realidade que a gente está passando. Não está sendo fácil, mas a gente vai vencer isso. Nós somos a nação do Senhor e vamos vencer isso", disse.
A brasileira, que tem cidadania israelense, pode atuar, por exemplo, em missões de resgate a feridos durante o confronto com o Hamas.
Cherman disse que têm recebido muito apoio de mineiros e brasileiros como um todo. "Eu agradeço a todos que me apoiam, que mandam mensagens, que rezam por mim. Isso me dá mais forças para continuar", complementa.
Questionada pela Itatiaia sobre medo, a sargento diz que ela tem medo "de perder mais alguém", mas durante as respostas não demonstrou estar com medo de seguir para o campo de batalha, quando for acionada.
A sargento pede ainda que as pessoas não compartilhem "fake news" sobre Israel e pedindo que os brasileiros analisem os conteúdos antes de publicá-los nas redes sociais.
Respeitando um rígido protocolo de segurança, Cherman disse que não poderia conversar com nossa reportagem por meio de chamada de vídeo. As respostas enviadas para a nossa reportagem eram relacionadas a questões pessoais. Detalhes sobre questões internas, localização ou sobre ações futuras do exército israelense não podem ser divulgados.
Guerra entre Israel e Hamas
O grupo palestino Hamas assumiu a autoria dos ataques que deixam centenas de mortos em Israel e na Faixa de Gaza no dia 7 de outubro. Infiltrados da organização islâmica, que é considerada terrorista, promoveram um ataque surpresa com foguetes no Sul do país. Em reação, o governo israelense declarou guerra e atacou o lado palestino. Veja o que se sabe sobre o conflito.
Mais de 3 mil pessoas morreram na guerra que começou após o ataque do Hamas em 7 de outubro. O Ministério da Saúde palestino confirmou nesta sexta-feira (13) que 1.799 pessoas morreram na Faixa de Gaza desde o início da guerra. Já as Forças de Defesa de Israel (FDI) apontam que mais de 1.300 morreram em território israelenses. São 3.099 mortes, segundo informações de autoridades palestinas e israelenses.