VACINA CONTRA DENGUE DEVE SER FABRICADA NO BRASIL EM 2025
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Publicado em 09/03/2024

A Qdenga deve começar a ser fabricada no Brasil em 2025, segundo antecipou o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos, Carlos Gadelha, do Ministério da Saúde. Ele adiantou, nesta sexta-feira (8), que duas bases de produção nacional da vacina contra a dengue devem começar a operar no próximo ano. “Vamos ter em 2025 bases produtivas locais para dar sustentação ao [SUS], Sistema Único de Saúde. Teremos uma base nacional para fabricação desse produto de saúde que, talvez, seja o que mais impacte as pessoas”, afirmou à imprensa.

A ministra Nísia Trindade reforçou ainda que o acordo para fabricação nacional da Qdenga será firmado em breve entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o laboratório Takeda. Ela acrescentou que o ministério também deverá se debruçar sobre a capacidade de produção dos laboratórios particulares para verificar a possibilidade de ampliar a fabricação da vacina contra a dengue. “Falamos não só de laboratórios públicos, mas de laboratórios privados que possam contribuir para a ampliação”, completou.

Diante da reduzida capacidade de produção do laboratório japonês responsável pela Qdenga, o Brasil aplicará as vacinas apenas em crianças e adolescentes com idades entre 10 e 14 anos. Cerca de 6,5 milhões de doses serão distribuídas até dezembro.

Preocupação com reações aléricas à Qednga

Uma nota técnica publicada pelo Ministério da Saúde nessa quinta-feira (7) à noite indica que o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 16 episódios de reação alérgica grave à Qdenga, imunizante contra a dengue aplicado no Brasil. Esses casos, segundo detalharam a ministra Nísia Trindade e o diretor do Programa Nacional de Imunização (PNI), Eder Gatti, aconteceram tanto na rede pública quanto na rede privada em um universo de 365 mil doses aplicadas. Essas reações alérgicas acometeram pessoas entre 4 e 21 anos. e não estão ligadas a lotes específicos da vacina.

“Todas essas reações são de curto intervalo de tempo após a vacinação. Uma média de dez minutos. Todas as reações evoluíram para a cura. Não houve internação. Todos os casos foram resolvidos imediatamente”, esclareceu Gatti. “São episódios em mais de um município, e não se relaciona com lotes específicos”, acrescentou.

Com o registro desses 16 episódios de reação alérgica, a Agência Nacional de Vigilância (Anvisa) notificou o laboratório Takeda para incluir a anafilaxia — reação alérgica grave — entre os efeitos adversos da Qdenga na bula do imunizante. “Até então, a anafilaxia era considerada um risco potencial, quando não se tem evidências ainda. Ontem [quinta-feira, 7], a partir de todas as discussões que tivemos, a Anvisa notificou a empresa para alterar a bula em até 30 dias”, ponderou Cássia de Fátima Rangel, gerente-geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária. A bula da Qdenga ainda não inclui a anafilaxia entre as reações adversas da vacina porque não foi detectada durante a fase de estudos clínicos coordenada pela Takeda.

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