DONA DE FAZENDA INVADIDA PELO MST DIZ ' NÃO SOMOS LATIFUNDIÁRIOS '
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Publicado em 12/03/2024

Uma das herdeiras da fazenda em Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte, invadida por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), afirma que sua família não é latifundiária e lamenta ter tido seu terreno ocupado pelo movimento. A fala emocionada foi dita nesta segunda-feira (11), durante uma visita técnica feita pelo juiz Luiz Felipe Sampaio Aranha, da Vara Agrária de Minas Gerais e de Acidente do Trabalho de Belo Horizonte.

A visita foi acompanhada por advogados do MST e dos herdeiros da Fazenda Aroeiras, além de um parlamentar de Lagoa Santa. Em entrevista à Itatiaia, uma das donas do terreno, Patrícia Bartolomeu, negou que o local esteja abandonado e afirmou que a invasão vem causando ‘stress emocional’.

‘Me emociono por ver as pessoas lá, ocupando um espaço e falando coisas que não são verdade. A gente tá na fazenda toda hora e ver ela ocupada daquela maneira é muito difícil. Meu pai ficou lá até o dia em que ele morreu. As pessoas estão lá desvalorizando as poucas coisas que a gente pode manter. Não somos latifundiários. A gente consegue manter a fazenda do jeito que dá. Não significa que ela está abandonada ou que não temos a posse dela’.

Letícia Santos, advogada que representa o MST, afirma que a fazenda é improdutiva e alega que os proprietários não comprovaram, até o momento, que possuem a posse do terreno, que, para ela, está abandonado. Ao ser questionada se os invasores são de Lagoa Santa ou de outros estados, ela afirmou que não verificou de onde eles vieram, mas que eles são ‘da Grande BH como um todo’.

Incra tem interesse na fazenda

Neila Maria Batista, superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Minas Gerais, afirma que o órgão está buscando informações sobre o terreno e diz que o Incra tem interesse em adquirir o terreno.

‘Interessa ao Incra de Minas ampliar as áreas de reforma agrária. Se tivermos condições de vistoriar, ele pode nos interessar para o processo de assentamento das famílias. Um assentamento diferenciado que, por estar perto da área urbana, será focado em hortifrutigranjeiro. Vamos buscar o diálogo com a família para ver o interesse na aquisição do imóvel’.

A Justiça marcou para a manhã de quarta-feira (13) a audiência de conciliação sobre a fazenda em Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte, que foi invadida por mais de 500 membros do Movimento Sem Terra (MST) na madrugada de sexta-feira (8). Os herdeiros da fazenda Aroeiras também foram intimados para a audiência, assim como representantes do Defensoria Pública, o Ministério Público, o Estado de Minas Gerais e a Prefeitura de Lagoa Santa.

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