Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro manifestaram-se por meio de nota nesta terça-feira (19) sobre o indiciamento dele pela Polícia Federal por supostas fraudes em cartões de vacinas. Alegam os advogados que, dada a “condição diplomática” do então presidente da República, Bolsonaro não precisava de nenhum comprovante vacinal para entrar nos Estados Unidos, e nenhum atestado lhe foi pedido.
Assinaram a nota os advogados Paulo da Cunha Bueno, Daniel Tesser e Fabio Wajngarten. “O ex-presidente jamais determinou ou soube que qualquer de seus assessores tivesse confeccionado certificados vacinais com conteúdo ideologicamente falso”, escreveram os advogados.
“Se qualquer pessoa tomou providências relacionadas às carteiras de vacinação do ex-presidente e de sua filha, o fez por iniciativa própria, à revelia de ambos, sendo claro que nunca determinaram ou mesmo solicitaram que qualquer conduta, mormente ilícita, fosse adotada em seus nomes. Certamente não há nos autos nenhuma prova de conduta do ex-presidente em sentido diverso, sendo certo que não havia nenhuma necessidade para tanto”, acrescentou a defesa.
A investigação da PF concluiu que Cid encaminhou o pedido para que a vacinação fosse forjada pelo ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros, também indiciado.
A polícia também aponta que o esquema beneficiou o entorno do ex-presidente, que o acompanhou na viagem de dezembro de 2022 aos Estados Unidos, utilizada como pretexto para que Bolsonaro não participasse da cerimônia de entrega da faixa presidencial para Lula, que o derrotou nas eleições daquele ano.