Pacientes denunciam falta de médicos, leitos fechados, lotação e precariedade no atendimento do Hospital do Ipsemg, em Belo Horizonte. Imagens obtidas pela Itatiaia mostram corredores cheios, com pacientes em macas e até deitados em cadeiras improvisadas. O servidor público estadual Misael Alvarenga Marques Cangussu, 35 anos, está no hospital desde a noite dessa segunda-feira (18). Diagnosticado com dengue, ele aguarda a vaga de internação há mais de um dia. “Estou indo tomar banho agora depois de mais de 24 horas”, afirma.
O paciente conta que foi informado por uma profissional da unidade que faltam médicos e enfermeiros e, por isso, alguns andares estão fechados, com leitos ociosos. Em razão disso, os pacientes que precisam de internação são colocados em enfermarias, nos corredores e em cadeiras.
“Ao ser internado, fui encaminhado à enfermaria, onde permaneci sentado numa cadeira, aguardando ser encaminhado ao quarto. Só que, no meio da tarde, fui informado de que, apesar de haver 190 leitos disponíveis, não havia profissionais para ficar nos andares, acompanhando os pacientes que estavam sendo transferidos. Então, eles decidiram fechar esses apartamentos e concentrar todas as pessoas internadas na enfermaria, no térreo do hospital do Ipsemg”, afirma Misael.
O servidor diz ainda que pacientes com outros problemas, como AVC, e até aguardando avaliação de cirurgião, estão na mesma situação. “Ao meu lado ficaram uma senhorinha de cerca de 90 anos, um rapaz que deu entrada com princípio de AVC, uma moça que está internada há dois dias com dengue e outro rapaz que aguardava avaliação de um cirurgião. Por aqui ficamos e estamos aguardando até agora”, reclama o servidor cerca de 24 horas após ser atendido na triagem.
Resposta do Ipsemg
A Itatiaia procurou o Ipsemg na manhã desta terça-feira (19) e ainda não obteve retorno. Somente após o contato da reportagem, o servidor foi transferido para um leito no 4º andar do prédio.