O Governo de Minas informou, na manhã desta quinta-feira (4), que entrará com medidas para garantir o ressarcimento dos recursos que serão investidos para reparação dos elevadores da Cidade Administrativa, sede do governo estadual.
Nessa terça-feira (2), a Itatiaia teve acesso a um laudo técnico que aponta problemas estruturais nos equipamentos dos prédios Minas e Gerais, onde milhares de servidores trabalham todos os dias. Desde novembro do ano passado, 22 elevadores estão interditados no Prédio Minas, o que provocou uma mudança no funcionamento da sede do governo estadual.
“Com valor estimado em R$ 20 milhões, a recuperação necessária nos elevadores, neste momento, tem a ver com problemas na origem da construção da sede do Executivo estadual, inaugurada em março de 2010", informou o texto.
Segundo o governo, o Estado “não permitirá que este prejuízo chegue aos contribuintes, obrigando as empresas envolvidas, mais uma vez, a ressarcirem o Tesouro Estadual por mais um transtorno causado aos mineiros, como já feito nos acordos de leniência, referentes à construção da Cidade Administrativa, que asseguraram o retorno de R$ 374 milhões para os cofres públicos.”
Contratação de uma empresa
No início da semana, o executivo garantiu que as intervenções para resolver começarão nos próximos dias. Em nota, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), informou que está finalizando os procedimentos para contratação de uma empresa que ficará responsável por corrigir falhas que comprometeram o funcionamento dos elevadores do prédio Minas. Os equipamentos estão desativados desde novembro do ano passado.
No prédio Gerais, embora o laudo de vistoria tenha apontado problemas estruturais e recomendado a realização de intervenções, o Governo de Minas garante que não há risco aos servidores neste momento. No local, os elevadores devem receber reforços nos pilares metálicos “com o objetivo de evitar qualquer comprometimento futuro no funcionamento”.
A Seplag corroborou a avaliação de uma empresa de engenharia, que vistoriou 54 dos 60 elevadores dos prédios Minas e Gerais.
“O laudo apontou que, na construção da Cidade Administrativa, os pilares metálicos dos contrapesos dos elevadores não foram chumbados conforme projeto, resultando um espaço vazio entre a viga de concreto armado e as chapas de fixação dos pilares, provocando um efeito “pino”. Por isso, é imprescindível o reforço de todos os pilares metálicos dos contrapesos dos elevadores dos Prédios Minas e Gerais. A situação seria decorrente, conforme o documento, de vícios construtivos na fixação dos pilares de sustentação dos elevadores”, diz a secretaria, em comunicado.
Três empresas de engenharia foram consultadas pela Seplag, a partir do laudo de vistoria, e apresentaram orçamentos para a realização do serviço. A Seplag não informou qual delas será contratada, mas disse que o serviço segue as regras de dispensa de licitação por emergência.
O que diz o laudo
O documento, assinado por três engenheiros da empresa Vistoriar Engenharia, diz que foram constatadas diversas falhas na estrutura dos elevadores, como trincas próximas a um pilar metálico do contrapeso do elevador, corrosão na base de um dos pilares, entre outras avarias.
“Durante as vistorias realizadas em todos os elevadores do prédio Gerais, constatamos várias inconformidades na fixação dos pilares metálicos dos contrapesos com as vigas da edificação, as quais destacamos: ausência de apoio na base, provocando o aumento da sobrecarga dos parafusos de fixação nas vigas; indícios de fragilidades em elementos estruturais, manchas, alteração de cor, desplacamentos, sinais de corrosão, desgastes, falta de uniformidade e espaço vazio entre a viga de concreto da estrutura do prédio e os pilares metálicos dos contrapesos”, diz outro trecho do documento.
Uma das imagens anexadas ao laudo mostram a existência de um “espaço vazio”, entre a chapa metálica de fixação dos pilares e a viga de concreto, o que não deveria existir, conforme o projeto. Com o erro na construção, os pinos que dão sustentação à estrutura ficam “entortados”.
O laudo técnico apresenta, ainda, 11 etapas necessárias para a execução do reforço dos pilares metálicos dos contrapesos dos elevadores, que incluem desde a limpeza de peças metálicas até a substituição de parafusos.
Servidor morreu
Em 27 de novembro do ano passado, um servidor de 66 anos, que trabalhava na Secretaria de Estado de Saúde, que fica localizado no Prédio Minas, morreu enquanto subia as escadas, no 13º andar do edifício. À época, o Governo de Minas disse que ele teve um mal súbito e foi atendido por médicos que atuam na própria pasta, incluindo o secretário, Fábio Bacheretti, mas que não resistiu.
Na ocasião, parte dos elevadores do edifício estavam desligados depois que foram detectadas falhas no funcionamento de laguns equipamentos.