Dois dias após lançar o edital para as obras de duplicação em 18 quilômetros da BR-381, entre o distrito de Ravena e o trevo de Caeté, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) admitiu que ainda não conhece o total de desapropriações necessárias para realizar a obra.
A previsão do órgão federal é que, após a licitação marcada para agosto, a empresa contratada terá um prazo de seis meses para elaborar projetos básicos e executivos do lote 8A (entre Caeté e Ravena) para depois dar início às obras.
Ou seja, a previsão é que o início das obras ficaria para 2025, se todo o processo de licitação ocorrer sem entraves.
Segundo o DNIT, somente durante estes estudos que ainda serão elaborados pela empresa que vencer a licitação, será possível estimar o total de desapropriações cadastradas nas margens da BR-381.
“O número de cadastro de desapropriação no lote 8A será apresentado após a conclusão do projeto”, informou o órgão federal.
A reportagem da Itatiaia questionou o DNIT se é possível prever o valor da obra - como está citado no edital, de R$ R$ 399.779.367,84 - sem saber os detalhes sobre as desapropriações necessárias. O órgão não informou se o valor do edital prevê algum valor para desapropriações e apontou que “para elaboração dos projetos básico e executivo, admitindo-se seu início no segundo semestre, o Valor Referencial do Orçamento para o empreendimento é de aproximadamente R$ 350 milhões”.
Edital lançado
Na quarta-feira (8), o governo federal publicou o edital para as obras do lote 8A da “Rodovia da Morte”, entre Ravena e o trevo que liga a cidade de Caeté.
A obra é parte do trecho mais próximo de Belo Horizonte e será feita com recursos públicos. Após três tentativas fracassadas de conceder a rodovia, o governo retirou o trecho mais complexo da obra para tentar novamente entregar a gestão da BR-381 à iniciativa privada.
O edital lançado nesta semana não contempla o trecho mais próximo da capital mineira (chamado lote 8B), na saída do Anel Rodoviário, onde as desapropriações às margens da estrada são consideradas mais complexas e caras.
A reportagem questionou o órgão sobre o lançamento do edital para o lote 8B, mas não houve retorno por parte do DNIT.