Os influenciadores presos por divulgar links “viciados” e estimular apostas no “Jogo do Tigrinho”, Paulinha Ferreira e o marido dela, Ygor Ferreira, ostentavam uma vida de luxo nas redes sociais. Estilo esse que chamou atenção da polícia, que colocou na mira da investigação da Operação Game Over em Alagoas.
Nas redes sociais, Paulinha Ferreira tinha mais de 1 milhão de seguidores quando a sua conta foi derrubada por ordem judicial. Viagens internacionais, carros de luzo e muita festa eram registrados pelo casal. Na última festa promovida por ela, no seu aniversário, ela foi presenteada pelo marido com uma lancha.
Antes da fama, Paulinha tinha uma loja de roupa e divulgava as peças no Instagram. Ela também fazia provador de roupas de outras lojas, que é quando um influencer é contratado para provar os produtos e postar nas redes sociais.
Paulinho descobriu os jogos online há pouco mais de dois anos, quando começou a divulgar os ganhos, que na época eram baixos, e ensinava os seguidores a jogarem também. Aos poucos os ganhos foram cada vez mais altos e sempre com links, que segundo a Polícia Civil, era contar “demo”, com ganhos irreais para estimular os seguidores a apostarem.
Ostentação e carros de luxo
Nos últimos meses Paulinha fez lançamentos próprios em suas redes sociais, onde sorteios para Fernando de Noronha, Paris e até Dubai foram divulgados. Ela tinha carros de luxo como Porsche Veloster, uma Ferrari, uma Land Rover, apreendidos pela polícia, apartamento e terrenos em condomínio de luxo.
Seu relacionamento com Ygor começou em 2023, quando logo depois os dois se casaram em uma festa luxuosa com diversos convidados. Inclusive, o cantor Nattan foi uma das atrações do badalado casamento.
Ygor é advogado criminalista e trabalhava em um escritório de Maceió. Nas redes sociais, Paulinha divulgou vários vídeos ensinando o marido a jogar. A partir daí, ele deixou a advocacia e também começou a divulgar ganhos altos e links para os seguidores se cadastrarem. Ele também fez ações de rifas online, de acordo com o G1.
Os dois foram presos nessa terça-feira (25) e levados para a delegacia, onde prestaram depoimento. Eles fizeram exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e, após audiência de custódia, os dois foram liberados.
“Há indícios que eles tinham informações privilegiadas sobre a operação. Eles compraram passagens para Dubai na noite anterior à deflagração da operação. Quando a polícia chegou na casa deles, estava abandonada. Por isso, fiz uma representação e a 17ª Vara aceitou e decretou a prisão preventiva deles”, disse o delegado Lucimério Campos, ao G1.
A defesa negou que Paulinha e Ygor receberam informações sobre a operação e afirmou que eles já tinham viagem programada para Dubai.
“Não tinham conhecimento de qualquer investigação. Não foram intimados de maneira formal nem pela autoridade policial que está a frente da investigação ou qualquer juízo criminal. Hoje, na audiência de custódia, demonstramos que não existe nos autos prova alguma que eles estavam foragidos, que eles viajaram em razão da investigação. Essa viagem já estava programada. Eles viajaram. Tomaram conhecimento já fora de Alagoas e a defesa, os advogados habilitados aos autos, juntaram toda a documentação em relação às passagens de ida e volta”, disse o advogado Rodrigo Monteiro.
