Uma caçada internacional teve fim na última semana em Santa Catarina. A Polícia Federal conseguiu prender um italiano suspeito de integrar uma máfia que controla o esquema de tráfico de drogas em Cagliari, na Ilha da Sardenha. Com nome na lista de Difusão Vermelha da Interpol, ele foi preso em um condomínio de luxo em Camboriú. Apesar da grandiosidade da prisão, a identidade dele foi mantida em sigilo. A Itatiaia, contudo, conseguiu confirmar o nome do capturado e os detalhes do caso.

O preso em questão é Marco Cadeddu, de 43 anos. Conforme documentos da Interpol, aos quais a nossa reportagem teve acesso, o italiano faz parte de uma organização mafiosa que controla a compra, posse e venda de grandes quantidades de drogas. É o caso de cocaína, haxixe e maconha. Essas drogas eram transportadas do Marrocos para a Itália com passagem pela Espanha.

Marco Cadeddu já foi condenado pela Justiça italiana. Foragido, ele vinha sendo procurado pela Interpol para o cumprimento da sentença de 10 anos e 4 meses de prisão.

O paradeiro dele foi descoberto pelo escritório de inteligência da Interpol em Brasília. Um pedido de prisão cautelar para extradição foi apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em abril deste ano. Em ofício enviado à Corte, a Interpol fez um alerta sobre a possibilidade de nova fuga de Marco Cadeddu.

“Por sua vez, considerando tratar-se de foragido internacionalmente buscado, que, em tese, fugiu para o Brasil a fim de evadir-se da persecução penal em seu país de origem, a praxe tem demonstrado que pessoas nessas situações empregam modus operandi de não se fixar em determinada cidade por período prolongado, justamente visando evitar serem encontrados, presos e extraditados. Levam, em regra, uma vida nômade a fim de dificultar as diligências, localização e encarceramento, motivo pelo qual a urgência se faz necessária”, diz o documento.

Em 26 de junho, durante a operação Toppare, a Polícia Federal surpreendeu Cadeddu em um condomínio de Camboriú. Bens do criminoso, calculados em cerca de R$ 35 milhões, foram apreendidos. Na lista, estão veículos de luxo, joias e dinheiro em espécie. Após a prisão, Cadeddu foi levado ao presídio da Canhaduba em Itajaí (SC).

O pedido de extradição de Marco Cadeddu será analisado pelo ministro Gilmar Mendes, do STF.