O sentido Belo Horizonte da BR-381, em São Joaquim de Bicas, na Grande BH, onde indígenas da aldeia Katurãma manifestavam pedindo água, medicamentos e atenção à saúde das crianças di grupo, foi liberado no início da tarde deste sábado (31).
A tribo, liderada por Célia Angorró, chegou a um acordo com a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e finalizou a manifestação, após cerca de 20 horas em protesto na rodovia, que operava em ‘pare e siga’. O acordo prevê que:
um carro da Sesai ficará à disposição da aldeia e transportá-los para hospitais e outros lugares necessários;
uma empresa terceirizada pela Vale não será a responsável pela saúde da tribo, mas sim a Sesai;
a aldeia será dedetizada para evitar infecções e espalhamento da doença contagiosa;
a água será melhor distribuída pelas casas, pela Copasa.
A aldeia já está sem água há sete dias e, segundo a cacique, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) resolverá o problema na segunda-feira (2). Além disso, crianças da tribo foram infectadas por uma doença misteriosa que causa lesões na pele, febre e diarreia. A princípio, a suspeita era de Mpox, no entanto, o exame realizado deu negativo. Agora, médicos suspeitam de que uma bactéria grave esteja afetando a tribo, que já tem 17 pessoas contaminadas.
O governo federal afirmou que irá investigar os novos casos da doença. Nos próximos dias, a equipe do Distrito Sanitário Indígena (DSEI), juntamente com as equipes de saúde do município e da mineradora Vale S.A, vão realizar uma busca ativa em todos os domicílios da comunidade para identificar enfermidades semelhantes a da criança internada. Além disso, estão previstas também ações educativas, mutirões de limpeza na região e aplicação de inseticida para controle de insetos, como carrapatos e bichos de pé.
Apesar da liberação, ainda há cerca de 10km de congestionamento na via, que estava fechada desde a noite de sexta-feira (30).
Grupo também pedia letramento racial para escolas da Grande BH
Outro motivo pelo qual os Katurãma estão se manifestando é pelo letramento racial nas escolas da Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Têm pessoas que não sabem que nós indígenas vivemos aqui tanto dentro da reserva como trinta por cento da região metropolitana de Belo Horizonte tem a presença das pessoas indígenas, dos nossos parentes indígenas e hoje Belo Horizonte tem quarteirões, shopping com os nossos e as pessoas ainda são leigos de falar que nós somos índios, da Índia. Nós somos indígenas, nativos brasileiros”, afirmou.