O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, vai ficar cara a cara com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, nesta quinta-feira (21), durante seu depoimento no STF que acontece a partir das 14h. A oitiva pode definir se Cid permanecerá ou não sob a proteção de um acordo de delação premiada.
O depoimento foi marcado logo após Cid ser ouvido pela Polícia Federal na última terça-feira (19) a cerca do plano de assassinato de autoridades, incluindo o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente na chapa, Geraldo Alckmin, e do próprio ministro Moraes.
As suspeitas foram reveladas após a realização da operação ‘Contragolpe’, que resultou na prisão de quatro militares e um agente da própria PF.
Embora Cid não tenha abordado nenhum aspecto desse plano em sua delação, o material apreendido com o general da reserva Mario Fernandes - preso na ação - mostra que Cid estava em contato permanente com os militares através de mensagens de texto e de áudio.
O fato de ter omitido essa informação e agir como se estivesse protegendo antigos colegas de governo irritou os investigadores, que remeteram ao STF um relatório apontando contradições de Cid.
Entre os questionamentos feitos em depoimento, a PF quis saber se o militar tinha conhecimento do plano de golpe de Estado. Por mais de três horas, Mauro Cid disse desconhecer a trama. Uma operação da PF prendeu quatro militares e um agente da corporação que teriam planejado matar essas autoridades.
O plano, que envolvia o uso de armamento de guerra, teria tido início em uma reunião na casa do general Braga Netto, que concorreu a vice na chapa do ex-presidente, segundo a PF.
No pedido enviado ao STF, a Polícia Federal também pediu ao ministro Alexandre de Moraes que anule os benefícios concedidos a Mauro Cid em razão da delação.