A cirurgiã plástica Daniele Barreto Oliveira, de 46 anos, suspeita de matar o advogado José Lael de Souza Rodrigues Júnior, de 42 anos, diz que sofria uma série de abusos sexuais e agressões do marido. José Lael foi morto a tiros no dia 13 de junho, e Daniele é a principal suspeita de comandar o crime.

A médica escreveu uma carta de 12 páginas onde detalha todos os abusos que sofreu. Ela relatou que era agredida frequentemente, com tapas, murros e puxões de cabelo. O advogado criminalista teria, ainda, instalado câmeras escondidas para monitorá-la e gravado estupros. A informação é do jornal O Globo.

Dois vídeos foram entregues à defesa de Daniele como provas. Em um delas, ela aparece dopada na cama, enquanto José Lael comete abusos sexuais. Em outro, ela disse que havia acabado de apanhar e que o advogado a ameaçava. Ele aparece ao fundo do vídeo tentando impedir a gravação.

Em depoimento, Daniele negou ter mandado matar o marido e afirmou que José Lael havia fraudado processos, gerando uma dívida de R$ 1 milhão em pensões atrasadas. Ele teria, ainda, pedido um empréstimo de R$ 100 mil no nome da mãe de Daniele, sem autorização.Um ex-estagiário do criminalista, o estudante de Direito Matheus Aniel de Jesus, afirmou em depoimento que José Lael cometia crimes financeiros e processuais, além de dar golpes em clientes.

Apesar de negar, Daniele continua sendo a principal suspeita do crime. Daniele, uma amiga e uma secretária, que seria sua namorada, foram vistas no local onde os assassinos foram contratados. Elas estariam, ainda, em um carro que deu suporte aos atiradores no dia do crime.

Daniele e Lael tinham um filho de 12 anos e estavam separados, apesar de morarem na mesma casa. Eles teriam usado o nome da criança para abrir uma conta bancária e ocultar cerca de R$ 12 milhões de credores. A médica também enfrenta vários processos de clientes instatisfeitos com os procedimentos feitos por ela.

Daniele conta na carta sobre diversas fraudes financeiras feitas pelo marido. Algumas delas incluem falsificação de documentos para contrair 15 empréstimos no Banco do Brasil e utilização de cartões de crédito em seu nome sem autorização. José Lael, segundo Daniele, estava envolvido em tráfico de armas e homicídios.