O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), viaja para Florianópolis, em Santa Catarina, nesta quinta-feira (21), para mais uma edição do Cosud, o Consórcio de Integração Sul e Sudeste - que reúne os governadores dos estados das duas regiões. Um dos temas que serão tratados por lá é a PEC da Segurança Pública apresentada pelo governo Lula.
O Governo Zema já demonstrou publicamente ser contra a proposta desenhada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Questionado pela Itatiaia, o vice-governador do estado, Mateus Simões (Novo), disse que o executivo federal precisa aprender com os governos estaduais a manejar as polícias.
“Se o governo federal quer o apoio dos estados para a reforma que ele quer fazer na segurança, a primeira coisa que ele tem que fazer é fazer o serviço dele, porque ele não consegue pôr a polícia dele pra funcionar direito. Então se ele puser a polícia dele pra funcionar direito, depois ele pode vir aqui aprender com a gente como é que a gente faz a nossa polícia funcionar”, disse, durante a abertura da Semana Internacional do Café, evento que ocorre em Belo Horizonte até a próxima sexta-feira (22).
Simões afirma que a PEC, se aprovada, enfraquecerá a Polícia Militar de Minas Gerais e pediu humildade do governo federal para ‘aprender’ a manejar a segurança pública.
“O que não vamos admitir em Minas Gerais é que a melhor polícia do Brasil seja sacrificada por interferência inconsequente e equivocada de quem não entende segurança pública. Tanto não entende que não tem conseguido controlar nem a segurança dos seus carros durante a reunião do G20”, afirmou, em alusão ao roubo de um carro da comitiva do presidente Lula durante a reunião do G20 no Rio de Janeiro.
“Então eu espero que o governo federal tenha um pouquinho mais de humildade, reconheça os esforços que já foram alcançados em termos de resultado pelos governos que fazem uma boa segurança pública, como é o caso de Minas Gerais, que tem a polícia menos letal do Brasil entre todos os estados e ainda assim é o estado mais seguro em termos de crimes violentos em todo o país. E depois que eles aprenderem com a gente como é que se maneja a segurança pública eles podem fazer uma proposta”, disparou.
Prontos para discutir
Mateus Simões afirmou que os governadores das regiões Sul e Sudeste estão dispostos a discutir segurança pública com o governo federal, mas disse acreditar que a PEC da Segurança Pública não chegará a tramitar no Congresso Nacional.
“Para ter autoridade moral para conversar com o Ministro-Geral sobre segurança, a União tem um longo caminho ainda a percorrer. Se ela pretende discutir, nós estamos prontos para discutir. E bater palma para a proposta que não seja enfiada a goela abaixo não vai acontecer e o Congresso terá a responsabilidade de nem dar tramitação para o Governo Federal”.
O vice-governador finalizou apontando as falhas que vê no projeto. “É um despropósito você imaginar um país do tamanho do Brasil a gente unificar práticas de polícia com o tipo de situação completamente diferente que nós temos em regiões muito mais agrícolas e outras muito mais urbanizadas, com decisões sendo tomadas em Brasília a milhares de quilômetros e séculos-luz de distância da realidade de cada um dos mineiros”.
