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Publicado em 14/12/2024

O que é a espondilolistese?

A espondilolistese, ou escorregamento vertebral, é uma condição em que uma vértebra se desloca para frente em relação à vértebra inferior adjacente.

‘Esse desalinhamento pode comprometer a estabilidade da coluna e, em casos mais graves, causar compressão de estruturas nervosas, levando a sintomas como dor, limitação de movimentos e alterações neurológicas’, explica o médico neurocirurgião Felipe Mendes, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.

Segundo o especialista em coluna vertebral, a doença é classificada por tipos e graus. São eles:

Espondilolistese congênita: devido a anomalias no desenvolvimento vertebral;

Espondilolistese ístmica: causada por microfraturas na região do istmo vertebral, frequentemente em atletas;

Espondilolistese degenerativa: comum em idosos por desgaste articular;

Espondilolistese traumática: decorrente de fraturas ou lesões;

Espondilolistese patológica: associada a doenças como tumores ou infecções.

Os graus são definidos pelo percentual de deslocamento da vértebra, sendo: Grau I (até 25%), Grau II (26-50%), Grau III (51-75%), e Grau IV (76-100%). Casos com deslizamento acima de 100% são classificados como espondiloptose.

Causas

As causas variam conforme o tipo da doença. Na forma ístmica, atividades que sobrecarregam a coluna em extensão, como ginástica e levantamento de peso, são fatores de risco. A forma degenerativa está associada ao envelhecimento, afetando principalmente mulheres acima de 50 anos. Traumas, infecções, tumores e fatores genéticos também podem predispor à condição. ‘Atletas, idosos e indivíduos com histórico familiar de problemas na coluna apresentam maior predisposição’, afirma Mendes.

Segundo o amigo de Mangione, as dores do jovem teriam se intensificado após aulas de surfe.

Sintomas

Os sintomas da espondilolistese podem variar desde ausência de queixas em casos leves até sintomas mais graves. Os mais comuns são:

Dor lombar crônica que pode irradiar para as pernas;

Dificuldade em movimentos como flexão ou extensão;

Rigidez na região lombar e deformidade postural.

Nos casos avançados, pode haver sintomas neurológicos como fraqueza, dormência ou formigamento nos membros inferiores devido à compressão das estruturas nervosas.

Tratamento

O tratamento da espondilolistese depende do grau de deslizamento e dos sintomas apresentados. ‘Nos casos leves e moderados, o tratamento conservador é suficiente, com ênfase no fortalecimento muscular, medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios, além de adaptações no estilo de vida para evitar sobrecarga na coluna. Nos casos graves ou com compressão nervosa significativa, a cirurgia pode ser indicada’, explica o especialista.

Segundo Mendes, a doença pode ser estabilizada, e, em muitos casos, o paciente retoma suas atividades normais. Em intervenções cirúrgicas bem-sucedidas, o alinhamento vertebral é restaurado, proporcionando melhora significativa dos sintomas.

Para os casos de listese discreta, sem instabilidade grave, a endoscopia de coluna tem sido uma técnica minimamente invasiva com excelentes resultados e recuperação mais rápida.

Cirurgia

A intervenção cirúrgica é indicada quando o tratamento conservador não alivia os sintomas, há progressão do deslizamento vertebral, o grau de espondilolistese é elevado (grau III ou IV) ou quando existe compressão significativa de estruturas nervosas, causando dor incapacitante, fraqueza ou outros sintomas neurológicos.

‘A cirurgia mais comum para espondilolistese é a artrodese vertebral, que tem como objetivo estabilizar a coluna. Durante o procedimento, são inseridos parafusos pediculares e hastes metálicas para fixar as vértebras na posição correta. Em muitos casos, utiliza-se um enxerto ósseo ou um espaçador intersomático para facilitar a fusão entre as vértebras e restaurar o alinhamento adequado’, explica o médico ortopedista mineiro especialista em coluna vertebral, Daniel Oliveira.

Como toda cirurgia, há contraindicações para a cirurgia. Elas dependem de fatores individuais, como presença de doenças sistêmicas descompensadas, osteoporose avançada que dificulte a fixação dos implantes, e risco elevado para anestesia geral.

‘Cada caso deve ser avaliado cuidadosamente, considerando o estado de saúde geral do paciente e a relação entre riscos e benefícios do procedimento cirúrgico’, afirma o diretor do Núcleo de Ortopedia e Traumatologia de Belo Horizonte.

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