A quadrilha investigada por se passar por entregados de aplicativo para cometer assaltos em série em bairros de luxo de São Paulo seria a responsável por dois latrocínios (roubo seguido de morte) que ganharam repercussão em 2025: a do ciclista mineiro Vitor Medrado e a do delegado Josenildo Belarmino, ambos assassinados na Zona Sul da cidade.
Em uma coletiva de imprensa concedida nesta terça-feira (18), o delegado Marcel Druziani, responsável pela investigação, a prisão de Suedna Barbosa Carneiro, de 41 anos, conhecida como “mainha do crime”, pode ajudar a desvendar as duas mortes.
Ela é apontada como a financiadora dos roubos em São Paulo. Suedna é investigada por fornecer armamento para os criminosos e comprar os objetos proveniente dos roubos. A ‘mainha do crime’ seria a líder de uma quadrilha composta por oito integrantes que cometem roubos pela capital paulista.
Em entrevista à TV Globo, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que a suspeita facilitava ações criminosas em São Paulo, como a que matou o ciclista Vitor Medrado. “Ela fomentava não só esses criminosos que assassinaram o Vitor, mas outros assaltos em toda a região”, explicou.
Segundo a Polícia Civil, os criminosos saíam da comunidade de Paraisópolis para praticar os crimes em bairros, como Campo Belo, Itaim Bibi, Santo Amaro e Pinheiros. Depois de roubar os itens de valor, eles voltavam para Paraisópolis para vender os produtos.
“Os suspeitos usam de oito a nove motos. E eles trocam de veículos, trocam as placas do veículo, trocam as ‘bags’ de entregas. Então é muito complexo”, disse o delegado.
Investigação começou após morte de delegado
A quadrilha começou a ser investigada depois da morte do delegado Josenildo Belarmino, de 32 anos, na Chácara Santo Antônio, na Zona Sul de São Paulo. O policial foi morto no dia 14 de janeiro durante um assalto.
Imagens de uma câmera de monitoramento mostram Josenildo caminhando pela rua quando foi abordado por um homem em uma moto, que simulava ser entregador para possivelmente roubar a vítima.
Ao perceber que o delegado estava armado, o assaltante disparou contra ele. Josenildo foi atingido nas costas. O revólver dele foi levado pelo criminoso, que fugiu logo em seguida.
Josenildo foi socorrido ao Hospital do Campo Limpo, na zona sul da capital paulista, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Ele era natural de Pernambuco e estava há apenas sete meses no cargo de delegado. Ele aguardava ser nomeado no concurso da Polícia Civil de Pernambuco.
Durante a investigação da morte de Josenildo, a polícia encontrou provas sobre a autoria do crime e prendeu, no dia 28 de janeiro, um dos suspeitos pelo assassinato.
