Número de moradores de rua em BH cresce quase 50% em sete Anos
Publicado em 20/02/2025 08:56
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O número de pessoas em situação de rua em Belo Horizonte cresceu 48% nos últimos anos, saltando de 9.700 em 2018 para 14.361 em 2025, segundo dados do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua. Essas pessoas enfrentam dificuldades para acessar serviços básicos, como matrícula em escolas, devido a problemas como a necessidade de documentos e a falta de apoio para obtê-los.

Roberto (nome fictício), que está em situação de rua há pouco mais de três meses, tem enfrentado diversas dificuldades para acessar serviços básicos. “A estruturado albergue atende, sim, mas estou tentando voltar a estudar. Aí, uma coisa que era tão fácil, eu não estou conseguindo me matricular. Isso porque meu histórico está lá em Sete Lagoas. Como que eu, em situação de rua, vou lá em Sete Lagoas buscar um histórico? Só para ir é R$ 30", contou.

Além de desburocratizar o sistema, é preciso acolher melhor essas pessoas, oferecendo suporte em diversas áreas, como trabalho, moradia, educação e cultura, para poderem superar a situação de rua. “Quando a pessoa sai, é muito difícil se não tem um suporte, porque é um público que está excluído na cidade, mas que tem, deseja e precisa de políticas públicas em todas as áreas”, afirma Cristina Bovi, coordenadora da Pastoral Nacional do Povo de Rua.

As políticas públicas devem valorizar a individualidade das pessoas em situação de rua, considerando suas necessidades e desejos. ‘O ser humano hoje em dia, principalmente dentro de política pública, precisa ser olhado não como ele está, mas porque ele está nessa situação’, argumenta Thais Nonato, de 55 anos, agente social pela Pastoral de Rua.

A Prefeitura de Belo Horizonte afirma disponibilizar uma rede de atendimento intersetorial, que inclui restaurantes populares, abrigos para pernoite e higiene pessoal, bebedouros públicos e distribuição de água. Além disso, o município oferece programas de reinserção no mercado de trabalho e retorno aos estudos como parte do sistema municipal de atendimento às pessoas em situação de rua.

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