Um dia após a Procuradoria Geral da República (PGR) denunciar Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a “perseguição” do Judiciário vai fortalecer o ex-presidente para a próxima disputa presidencial, em 2026.
“Esse processo é tão absurdo, tem dezenas de nulidades absolutas, é um processo fabricado para condenar o presidente Bolsonaro. Isso tudo é medo que ele dispute as eleições e volte a ser presidente da República. Eu tenho um recado para as pessoas que pensam assim: vocês vão voltar a ver Bolsonaro presidente em 2026. Quanto mais passa o tempo, mais a verdade virá à tona e mais pessoas verão a sacanagem que estão fazendo com Bolsonaro”, afirmou Flávio, em entrevista à CNN nesta quarta-feira (19).
“O que está havendo agora é uma denúncia completamente vazia. É um copia e cola do que (Mauro) Cid falou na delação premiada dele, mas ele mesmo já falou que se sentiu obrigado a falar o que está ali. O que estamos vendo é um grande aparato persecutório para condenar uma pessoa inocente”, continuou o senador.
‘Perseguição de Moraes’
O filho mais velho do ex-presidente afirmou que milhões de brasileiros acompanharam a postura “tendenciosa” do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante as eleições de 2022, quando era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“A indignação da família, do entorno do presidente, assim como de dezenas de milhões de brasileiros, não foi com o resultado da eleição, mas com a forma como a eleição foi conduzida pelo Alexandre de Moraes, como presidente do TSE. Ele desequilibrou a disputa eleitoral em favor de Lula”, disse o senador.
Denúncia da PGR
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou, nesta terça-feira (18), denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 33 pessoas pelo suposto plano de golpe de Estado, no fim de 2022.
O ex-presidente é acusado de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado.
A acusação baseia-se em relatório da Polícia Federal que indiciou Bolsonaro e outras 39 pessoas por suposta participação em plano para impedir a posse do presidente Lula (PT), em 2023.
O relatório da PF, com 884 páginas, foi enviado à PGR em novembro de 2024. Após análise, o procurador-geral Paulo Gonet decidiu formalizar a denúncia, que pode resultar em pena de até 28 anos de prisão para o ex-presidente, caso seja condenado.