Economistas analisam medida para baixar preço dos alimentos e impacto para o Agro
Publicado em 07/03/2025 06:49
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O governo federal, por meio do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), anunciou nesta quinta-feira (6) medidas baixar o preço de alimentos, incluindo zerar a alíquota de importação da carne.

O pacote inclui diversas ações. Entre elas, zerar a tarifa de importação de alimentos como carne, café, açúcar, milho e azeite de oliva.

Para a economista Rita Mundim da Itatiaia, prevaleceu o bom senso nas medidas anunciadas nesta quinta (6), para conter a escalada dos alimentos.

‘As medidas anunciadas, ainda bem, vão na direção contrária àquela que foi proposta pelo PSOL, da criação de um imposto mínimo de 5% na exportação de produtos brasileiros in natura e semi-elaborados. Pelo contrário, o Brasil anunciou medidas para baratear o preço dos importados e onde que a gente faz isso, cortando as tarifas’, destaca Mundim.

Veja exemplos dos alimentos com alíquota zerada:

Carne: tarifa de 10,8% será zerada.

Café: tarifa de 9% será zerada.

Açúcar: tarifa de 14% será zerada.

Milho: tarifa de 7,2% será zerada.

Óleo de girassol: tarifa de 9% será zerada.

Azeite de oliva: tarifa de 9% será zerada.

Sardinha: tarifa de 32% será zerada.

Massas: tarifa de 14% será zerada.

Biscoitos: tarifa de 16,2% será zerada.

Além do fim da tarifa de importação, Alckmin (PSB) também anunciou medidas envolvem o Plano Safra e a expectativa de produção da Conab, na tentativa de fazer com que que a pequena produção chegue à ponta final do consumidor.

‘Portanto, as medidas vieram na direção certa, sem mexer no nosso agronegócio - no sentido de tornar os produtos brasileiros menos competitivos no mercado internacional. Dessa vez, para o momento que nós estamos vivendo, as medidas foram acertadas’, pontua Mundim.

Para o presidente da FAEMG Senar, Antônio de Salvo, a medida não deve baixar os preços do alimentos.

‘As medidas anunciadas pelo governo federal, diminuindo as alíquotas de importação de alguns alimentos, certamente não vai obter o resultado necessário. O que nós precisamos é um governo central que gaste menos do que a arrecada. Aí sim, vamos ter menos inflação e o maior poder aquisitivo do povo brasileiro’, afirma à Itatiaia.

À CNN, a economista Thais Herédia comentou que a medida surpreende mas ainda não é possível afirmar se realmente vai baixar os preços para o consumidor final.

‘A primeira dúvida é saber se o preço lá fora é mais caro ou barato que o Brasil. O quanto essa redução de imposto de importação vai significar nesse preço na gôndola. Pode acontecer alguma redução mas vai precisar atravessar essa cadeia de dúvidas até chegar na gôndola dos consumidores’, explica Herédia.

‘O azeite de oliva não é um item da cesta básica, está super caro mas a classe A e B vai achar bacana. Mas não é um efeito esperado’, comentou a economista sobre a inclusão do azeite na medida.

‘Dependemos muito mas do câmbio, de quanto o preço está lá fora do que quanto ele vai cair aqui [no Brasil]’, afirma à CNN.

‘Hoje como o Brasil importa pouco desses alimentos [lista zerados] a arrecadação é pequena. Então se zera a alíquota você pode incentivar o aumento da importação’, pontua sobre a realidade atual do plano do governo.

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