O novo presidente da Copasa, Fernando Passalio, disse, em entrevista à Itatiaia, que está “na torcida” pela privatização da companhia. O projeto de lei, que vende a parte do estado nas ações da empresa pública, foi apresentado pelo governador Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa (ALMG) em novembro de 2024.
Para Passalio, que deixou a pasta de Desenvolvimento Econômico para assumir a Copasa em fevereiro, o saneamento público é uma pauta “municipal” e, por tanto, responsabilidade das prefeituras. No entanto, esse serviço, prestado pela companhia, é oferecido pela estatal.
Na visão dele, a privatização poderá agilizar processos burocráticos e, consequentemente, afetar de forma positiva o consumidor. “Cada município tem um contrato. Na cidade A, por exemplo, a Copasa fica até 2030. Na cidade B, até 2050 [...] quando esses contratos terminarem, as prefeituras terão que fazer uma nova licitação e a gente vê que a empresa pública, por si só, não consegue ter o mesmo dinamismo que uma empresa privada”, disse em entrevista.
O presidente ainda diz que a venda da estatal poderá estender a longevidade da empresa, mas diz que o assunto é entre o governo Executivo e a Assembleia. “A privatização é um dos principais pilares para a Copasa ser perene, para continuar com essa história de décadas. Na minha opinião, é um bom caminho”, afirmou.
Plano de investimento
A Copasa tem um plano de investimentos bilionário para os próximos quatro anos. A companhia deve investir R$ 16,9 bilhões entre 2025 e 2029 em obras de melhoria das condições de saneamento básico nos municípios em que a companhia atua. Desse valor, R$ 2,6 bilhões deverão ser usados ainda neste ano.
Segundo Passalio, o “maior plano de investimento da história” da companhia deverá diminuir os problemas dos usuários, incluindo desabastecimento de algumas regiões.
Tramitação na ALMG
O PL encaminhado ao legislativo no ano passado ainda não começou a tramitar. O texto prevê a alienação total das ações do estado para a iniciativa privada. Atualmente, Minas Gerais tem 50,03% do capital da companhia. O restante é dividido entre acionistas minoritários e estrangeiros.