Bolsonaro pede anistia a condenados em discurso no Rio: ‘armadilha’
Ex-presidente cita idosas condenadas pelos atos antidemocráticos e questiona: ‘quem é a liderança?’
Publicado em 17/03/2025 06:22
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O ex-presidente Jair Bolsonaro defendeu, em discurso no ato de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo, a anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. O político criticou as condenações, citando especificamente mulheres idosas e alegando que foram vítimas de uma “armadilha”.

“Eu confesso que hoje está sendo um dos dias mais difíceis da minha vida. Porque nós vamos falar aqui sobre a vida de inocentes, sobre a vida de pessoas que estão sendo injustiçadas. Eu jamais esperava um dia estar lutando pela anistia de pessoas de bem, de pessoas que não cometeram nenhum ato de maldade, que não tinham intenção nem poder de fazer aquilo de que estão sendo acusadas”, declarou Bolsonaro.

O ex-presidente citou casos de mulheres idosas que foram condenadas, chamando atenção para suas penas. “Senhora Valdete Ferreira: 73 anos de idade. Condenação: 11 anos de cadeia. Senhora Iraci Maguchi: 71 anos de idade. Condenação: 14 anos de cadeia. Senhora Fátima de Souza, de Santa Catarina: 67 anos de idade. Condenação: 17 anos de cadeia. Senhora Francisca Hildete, do Ceará: 62 anos de idade. Condenação: 13 anos de cadeia. E mais dezenas de condenações. Homens, avós, jovens, mulheres, mães, que acordam e dormem sem dar um beijo em seus filhos”, afirmou.

Bolsonaro também reforçou a defesa da anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos. “Nós temos um compromisso: buscar anistia para nossos irmãos e irmãs que estão presos neste momento. Já temos votos suficientes para aprovar na Câmara. Seremos vitoriosos, veremos justiça. Se o Lula vetar, nós derrubaremos o veto”, disse.

Além de criticar as condenações, Bolsonaro argumentou que os atos de 8 de janeiro não configurariam uma tentativa de golpe. “Golpe de Estado é povo, Forças Armadas e uma liderança. Quem é a liderança? Elas foram atraídas para uma armadilha”, disse, em referência às condenadas.

Bolsonaro ainda defendeu a liberdade de expressão ao mencionar sua própria inelegibilidade. “Vida e liberdade se confundem, e entendo que a liberdade é tão importante quanto a vida. Uma pessoa sem liberdade não vive”, afirmou.

Investigado por golpe

O ex-presidente segue investigado por envolvimento na tentativa de golpe de Estado e, no discurso, negou as acusações. “Quando se fala em dispositivos constitucionais, em estado de sítio, estado de defesa, o primeiro passo é o presidente convocar os conselhos de Defesa. Foram convocados? Não”, disse, citando que a data mencionada em um dos inquéritos coincide com outro compromisso que teve enquanto presidente.

“Você vê naquele trabalho malfeito daquele bando da PF que serve a Alexandre de Moraes, dizem que o golpe começou em 29/07/21. Alguém sabe o que aconteceu neste dia? Uma live que fiz no Alvorada e critiquei o sistema de votação”.

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