A Polícia Federal realiza, nesta terça-feira (18), uma nova fase da Operação Sisamnes, que investiga a venda de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A investigação revelou uma rede clandestina de monitoramento e comercialização de informações sigilosas dentro do tribunal. Nesta etapa, um suspeito foi preso, mas a identidade e o cargo foram mantidos sob sigilo.
Além do mandado de prisão, a PF cumpre quatro mandados de busca e apreensão no Tocantins nesta quarta-feira. Medidas cautelares também foram determinadas pela Justiça, incluindo afastamento de funções públicas, proibição de contato entre os investigados e restrição de saída do país, com recolhimento de passaportes.
A Operação Sisamnes apura um esquema de corrupção envolvendo advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados. Em dezembro, a PF prendeu um suspeito no Mato Grosso por lavagem de dinheiro ligada ao esquema. Segundo as investigações, os envolvidos realizavam operações imobiliárias suspeitas para dissimular a origem ilícita dos recursos.
Em novembro, foram cumpridos 24 mandados em três estados e no Distrito Federal. Um dos alvos foi Anderson de Oliveira Gonçalves, apontado como lobista do esquema. O ministro Cristiano Zanin destacou que há indícios de que ele atuava em um “verdadeiro comércio de decisões judiciais” dentro do STJ.