Aumento da Selic: entidades manifestam preocupação com a Taxa
Entidades do setor produtivo de Minas Gerais não veem com bons olhos o aumento da taxa, ainda que já Esperado
Publicado em 20/03/2025 07:16
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O anúncio do novo aumento da taxa básica de juros, a Selic, para 14,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom), tem gerado preocupação por parte de importantes entidades representativas do setor produtivo em Minas Gerais. A elevação desta quarta-feira (19) representa o maior nível da Selic desde outubro de 2016.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe, a alta da Selic é preocupante porque pode restringir os investimentos produtivos, aumentar os custos de produção e reduzir a competitividade. "É essencial implementar medidas que não apenas mantenham a inflação sob controle, mas também contenham os gastos públicos, preservem o ambiente de negócios, estimulem investimentos produtivos e promovam o crescimento econômico de maneira sustentável”, afirma.

Segundo Roscoe, a medida tende a desacelerar a atividade econômica, com reflexos na geração de empregos e renda das famílias.

Repercussão Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH)

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) também se pronunciou sobre o aumento da Selic e alertou que a manutenção de taxas altas de juros por longos períodos pode prejudicar a recuperação econômica, limitar a expansão dos negócios e afetar a criação de empregos. O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, argumenta que a estratégia do governo de utilizar juros elevados para conter a inflação não está surtindo o efeito desejado, já que a inflação continua em alta.

Silva explica que, com a Selic mais alta, o crédito fica mais caro, desestimulando o consumo, especialmente de bens duráveis e de maior valor agregado. Ele também aponta para o risco de aumento da inadimplência de empresas e consumidores, dificultando ainda mais a recuperação econômica. “As empresas reduzem os investimentos em expansão, o que pode impactar o crescimento do setor e a geração de empregos”, pontua.

Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas)

Cledorvino Belini, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), também criticou o aumento da taxa. “Embora já esperado, o aumento da Selic, preocupa todo o setor produtivo, pois não estamos percebendo ainda os efeitos nos aspectos relacionados ao controle inflacionário. Estamos percebendo é uma desaceleração de investimentos por parte dos empresários e uma grande pressão sobre os custos operacionais, com custos elevados (energia, matéria-prima, logística) que podem ter um impacto adicional caso dependam de financiamentos para capital de giro”, comenta.

Belini também observou que já é possivel notar a desaceleração da atividade econômica devido aos possíveis impactos negativos no custo do crédito e nos investimentos produtivos, além da redução do consumo. A ACMinas aguarda o relatório do Copom para entender os próximos passos da política monetária, o que é crucial para o planejamento estratégico das empresas nos próximos meses, considerando também o cenário econômico internacional.

Decisão do Copom

O Copom, pressionado pelos preços dos alimentos e da energia, já havia sinalizado o aumento na reunião de janeiro. A decisão desta quarta-feira (19) confirma a quinta elevação consecutiva da Selic desde setembro do ano passado.

O Banco Central utiliza a taxa básica de juros como principal instrumento para manter a inflação sob controle - aspecto que encarece o crédito e estimula a poupança.

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