O vice-governador Mateus Simões (Novo) acusou o governo federal, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (19), de trabalhar como “agiota” com os governos estaduais. Ele se refere ao pagamento da dívida de Minas Gerais com a União, que tem sido motivo de embates entre a gestão de Romeu Zema (Novo) e do presidente Lula (PT).
Nas redes sociais, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), criticou os governadores do Rio de Janeiro, Goiás, Rio Grande do Sul e Minas Gerais por, segundo ela, não reconhecerem o papel do governo federal na negociação das dívidas.
Em resposta, Simões afirmou que “não perde tempo com indiretas”, mas que a Gleisi é “bem-vinda” para trabalhar junto ao estado. “Minas Gerais é sempre muito grato por todos que queiram nos ajudar. Só não acho que ser o responsável por 25% do saldo positivo da balança comercial brasileira neste ano, significa que Minas está em débito com o país. Também não estou dizendo que eles estão em débito conosco. A gente precisa ser tratado com o respeito do tamanho do estado [...] o mínimo que a gente deveria esperar do governo federal é que ele não trabalhasse como agiota contra os estados. Infelizmente é isso que fazem”, disse.
Ele continuou dizendo, também, que Minas Gerais não teria outra opção, se não, aderir ao Programa de Pagamento da Dívida dos Estados (Propag) que foi sancionado com vetos pelo presidente Lula.
O governador chegou a dizer que o estado não iria aderir ao programa caso os vetos do presidente não fossem derrubados, mas recuou.
“Esse ano estamos pagando R$ 6 bilhões em dívida para o governo federal. Minha pergunta é: será que o governo federal está lembrando quanto asfalto dava para fazer com isso? Quantas escolas e hospitais a gente podia reformar? Que isso é duas vezes o meu orçamento total de infraestrutura no estado? Esse é o tamanho da agiotagem praticada pelo governo”.
Disparou o vice-governador.
As declarações foram dadas durante o lançamento do programa Aliança pela Restauração, que visa promover a regularização ambiental das propriedades rurais e incentivar a recuperação de áreas degradadas.