Leonardo Jardim traça planos audaciosos para o Cruzeiro na temporada 2025. O treinador, contratado no começo de fevereiro para substituir Fernando Diniz, almeja títulos no comando da equipe celeste. Entretanto, antes das conquistas, deixou claro que necessita implementar com sucesso sua metodologia de trabalho no clube.
“O meu plano é, devido ao respeito que eu tenho pelas equipas que trabalho e pelos jogadores, ter uma abordagem para cada jogo. Sempre uma abordagem positiva, com o objetivo de ter sucesso”, disse, referindo-se à escolha do time titular, em entrevista na Toca da Raposa II.
O técnico Português tem sido bastante elogiado pelos atletas, principalmente por aumentar o nível de competitividade no Cruzeiro.
Nesse período de treinos na Toca II após a eliminação no Campeonato Mineiro, Jardim cobrou bastante dos jogadores sobre a parte física e a parte técnica. Ele também tem usado essa “intertemporada” para implementar, de forma mais precisa, sua metodologia de trabalho com os atletas.
“Vamos querer entrar bem no campeonato, vamos querer fazer os pontos necessários na Sul-Americana. Por isso é que eu expliquei inicialmente. Nós precisamos de uma equipa fresca (descansada), mais do que 11 jogadores, porque não acredito em 11 jogadores”, citou.
Quantidade e qualidade
Leonardo Jardim justificou a necessidade de um elenco com quantidade, mas qualidade. Ele citou o exemplo do Monaco, equipe em que trabalhou e venceu o Campeonato Francês na temporada 2016/2017.
“Aquela equipa campeã do Monaco, que todos falam, jogou dois ou três jogos (juntos), aquele melhor 11 que vocês falaram, ok? Nos outros jogos estavam duas peças de fora, enquanto duas voltavam, (ele, Leonardo Jardim), geria (o elenco). Somente talvez na Champions League, jogou mais vezes, mesmo assim no campeonato, estava sempre a rodar, porque com certeza tínhamos jogadores que não jogavam”, explicou.
No Cruzeiro, Leonardo Jardim implementa a política de escalar o jogador que estiver melhor em todos os aspectos, dentro do planejamento que ele fizer jogo a jogo.
“No nosso 11 não jogava, mas era muito importante, tínhamos o Fabinho, tínhamos o Bakayoko, mas também tínhamos o Moutinho. Tinha jogadores, jogava dois e eu estava sempre tranquilo, porque havia ali esta rotatividade e esta frescura (descanso) que é importante”, ressaltou.
Rivais com trabalho mais adiantado
Na visão do treinador, alguns clubes brasileiros estão com o trabalho mais adiantado e melhor implementados em relação ao Cruzeiro. Por isso, Jardim vai trabalhar para aumentar esse nível de sua equipe.
“Em um campeonato exigente, quando nós jogamos muitos jogos, é importante esta frescura (descanso dos atletas), que eu acredito que o Palmeiras tem, o Flamengo tem, que o Botafogo tem. E nós queremos criar essa estrutura também aqui, para tornar a equipa competitiva, que tenha mais do que aquele 11 que toda torcida está a espera”, ressaltou, já indicando um pedido de paciência ao torcedor.
“Por isso eu quero que o torcedor seja o torcedor do Cruzeiro e não o torcedor, de jogador A ou B, tem que ser o torcedor do Cruzeiro. E o Cruzeiro é que tem que, dentro de campo, independentemente com quem esteja, tem que conseguir os objetivos”, concluiu.
Trabalho e foco vão definir titularidade
Para Jardim, o atleta que quiser garantir vaga no time terá que trabalhar duro, mostrar nos treinos o motivo que garante sua titularidade.
“Os jogadores vão percebendo e aos poucos vão demonstrar. O campo é que vai ditar se vai jogar mais ou menos. A gente vive de rentabilidade. Estou aqui, sou um gestor de performance. Os jogadores que tiverem melhor performance vão jogar mais, os que tiverem menor performance vão jogar menos”, revelou.
O treinador português deu detalhes do que pensa na montagem do time do Cruzeiro, tendo em vista os atletas que já estão no clube. Ele quer intensidade e um time equilibrado.