O ex‑presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou se manifestou nesta terça-feira (15), 48h após a cirurgia abdominal realizada para desobstrução do intestino. O procedimento, realizado em Brasília, durou mais 12h e foi considerado ‘complexo e delicado’. Segundo Bolsonaro, o foco neste momento é na recuperação.
“Esse é o período em que os órgãos que foram manipulados durante o procedimento de mais de 12 horas começam a desinflamar, permitindo observar os primeiros sinais de uma real situação”, escreveu em uma rede social.
Ainda no leito da UTI, Bolsonaro tem recebido a visita apenas de familiares e evitado discussões sobre seu julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de estado e o Projeto de Lei (PL) da anistia aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023 - foco de suas agendas nos últimos meses.
Ainda no texto publicado nesta terça, Bolsonaro agradeceu o carinho dos apoiadores que estiveram na porta do hospital desde a sua internação e agradeceu pelas orações e apoio, afirmando que superará o desafio “um dia de cada vez”.
“Permaneço concentrado no processo de recuperação, que pelo que entendo foi procedimento mais invasivo que aconteceu, buscando forças para levantar da cama mais uma vez, após enfrentar a sexta cirurgia decorrente da facada sofrida por um antigo integrante do PSOL, aliado histórico do PT”, disse Bolsonaro, citando o autor da facada, Adélio Bispo de Oliveira, que segue preso desde o atentado ocorrido em Juiz de Fora, na Zona da Mata, em Minas Gerais.
A cirurgia
Bolsonaro passou por uma cirurgia abdominal complexa de 12 horas no Hospital São Luiz rede D’or, em Brasília, para tratar uma obstrução intestinal provocada por aderências formadas no intestino, em razão da facada sofrida em 2018, durante a campanha presidencial.
Segundo a equipe médica, o procedimento envolveu remoção de aderências intestinais e reconstrução da parede abdominal, descrito pelos médicos como seu mais invasivo até hoje.
Essa foi a sexta intervenção cirúrgica relacionada à facada, marcada pela complexidade decorrente das operações anteriores, mas sem complicações inesperadas durante o ato operatório. Os médicos que atenderam Bolsonaro alertam que a recuperação será lenta e prolongada, sem previsão de alta nesta semana, e que o pós‑operatório pode se estender por até três meses.
O cardiologista Leandro Echenique ressaltou que é preciso aguardar o intestino desinflamar, mantendo a nutrição por via venosa, e que as primeiras 48 horas são cruciais para observar sinais de desinflamação e evitar complicações como dilatação ou descolamento da parede abdominal. Uma possibilidade de uma nova cirurgia não foi descartada pelos médicos.