Alunos de faculdade acusam colega de desviar dinheiro de Cerimônia
Turma de biomedicina de uma faculdade em Contagem acusam a colega de roubar cerca de R$ 7 mil a R$ 8 mil; a jovem, de 24 anos, é investigada por Estelionato
Publicado em 01/05/2025 07:40
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Alunos do segundo semestre de biomedicina de uma faculdade em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, denunciam uma colega de sala de cometer estelionato. A estudante, de 24 anos, que não será identificada nesta reportagem, teria se comprometido a organizar uma festa para os estudantes, mas desapareceu com cerca de R$ 7 mil a R$ 8 mil.

À Itatiaia, uma das vítimas contou que a turma havia decidido fazer uma “cerimônia do jaleco”, evento que comemora o início do curso e das atividades práticas. A festa estava marcada para o dia 26 de fevereiro deste ano e chegou a ser reagendada para o início de abril, mas nunca aconteceu.

Cerca de 16 alunos pagaram uma mensalidade de R$ 100 reais, por cerca de três meses, além de quantias referentes a convites extras. O dinheiro seria usado para custear o espaço, buffet e decoração do evento. Segundo uma das vítimas, a turma não desconfiou da suspeita porque ela já havia organizado com sucesso outros eventos da faculdade.

“Essa menina sempre tomava a frente das coisas. Ela já tinha levado um pessoal para dar palestra e organizado a confraternização de fim do ano. Quando ela decidiu tomar a frente da ‘cerimônia do jaleco’, confiamos porque ela sempre se mostrava muito prestativa. Ela disse que ia correr atrás de tudo e que não era para a gente se preocupar”, contou.

A vítima diz que todos os alunos faziam transferências bancárias para a suspeita via Pix. Em janeiro, com o evento se aproximando, eles começaram a questioná-la sobre a organização. Segundo a estudante, a colega sempre respondia que “estava tudo certo”.

“Em janeiro, a gente já não estava conseguindo mais fazer o Pix para a conta dela. Aí, ela mandou o CPF da irmã, mas não desconfiamos de nada. Em fevereiro, perguntamos de novo sobre como estava o andamento e ela disse que estava tranquilo, que só faltava fechar o espaço”, disse.

Suspeita pediu para festa ser adiada por problemas de saúde

No entanto, próximo da data da festa e sem dar maiores informações, a suspeita teria pedido para adiar o evento devido a um problema de saúde. A turma acreditou e reagendou a comemoração para o dia 5 de abril.

“Ela inventou que ia precisar fazer uma cirurgia de emergência na tireoide na mesma data, dia 26 de fevereiro. A gente acreditou. Falamos: ‘vamos adiar porque, coitada da menina, ela está com um problema de saúde’. Remarcamos para o dia 5 de abril e ficamos despreocupados. Mas passou fevereiro, março e começamos a cobrar ela sobre a festa”, relembra a estudante.

Ao ser questionada, a jovem disse que um vereador da cidade de Betim, também na Grande BH, havia cedido um espaço para a realização da cerimônia. Algumas alunas, já desconfiadas da suspeita, foram até o local indicado e descobriram que não havia nada agendado.

“O dono do espaço ficou desesperado porque ele não sabia quem era a menina, nem o vereador. Ele também já tinha outro evento marcado para o dia 5 de abril. Aí nosso mundo caiu. Faltava uma semana para o evento. Se não tinha espaço, então não tinha mais nada também”, conta.

‘Ela sumiu do mapa’, diz uma das vítimas

Os alunos, então, teriam começado a pedir para a colega mostrar os contratos fechados com os fornecedores da festa. Segundo a estudante, a suspeita disse que “iria desistir de organizar porque estava se sentindo pressionada”. Ela se comprometeu a ressarcir os valores até o dia 27 de abril, o que não aconteceu.

“Ela sumia do WhatsApp e a gente não conseguia ligar para ela. Ela trancou de curso, mudou de endereço e trocou de numero de celular. Ela sumiu do mapa”, diz a estudante. “Dizem que ela pegou o dinheiro para pagar um agiota que ela estava devendo”, acrescenta.

Os estudantes tentaram entrar em contato com a irmã da suspeita, que havia recebido algumas das transferências, mas ela se negou a ajudá-los. “Ela disse que não tinha nada a ver com isso e bloqueou todo mundo”, comenta a aluna.

As vítimas registraram boletins de ocorrência contra a colega de turma e o caso é investigado como estelionato. Segundo a estudante ouvida pela Itatiaia, a jovem teria outras denúncias na polícia pelo mesmo crime.

A Itatiaia tentou entrar em contato a suspeita e a irmã dela, sem sucesso. A Polícia Civil de Minas Gerais também foi procurada, mas não retornou até o momento da publicação. O espaço segue aberto.

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