Áudios mostram que agente da PF temia ser preso no governo Lula após derrota de Bolsonaro
Em gravações periciadas pela Polícia Federal, o agente Wladimir Soares menciona medo de retaliação, critica o STF e lamenta recuo de Bolsonaro
Publicado em 16/05/2025 07:32
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Áudios periciados pela Polícia Federal (PF) mostram que o agente da PF, Wladimir Soares, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por participação na tentativa de golpe de Estado após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas urnas em 2022, temia ser preso durante o governo do presidente Lula (PT).

No material, incluído no processo sob relatoria do Supremo Tribunal Federal (STF), o policial demonstra estar desacreditado quanto a uma reviravolta e lamenta a ausência de figuras como os militares João Figueiredo e Emílio Médici, ex-presidentes da ditadura militar . “Um absurdo, mas agora é tocar os quatro anos. Tomara que ele [Lula] não queira se vingar das pessoas que combateram ele, né? Agora imagine as articulações que não estão na cabeça de um José Dirceu , bicho?”, disse.

Wladimir afirma que quem “manda” no Brasil seria o ministro do STF, Alexandre de Moraes . “Bastava tão somente, para dar um susto, dissolver o Supremo por desrespeito à Constituição”, afirmou.

O policial também alerta o destinatário dos áudios para “tomar cuidado”. “Os generais estão ‘mijando’ para trás, imagina os delegados, se acontecer alguma coisa?”, alertou.

Nos áudios, Wladimir ainda diz que Bolsonaro saiu do Brasil , após a derrota nas eleições, pois ficou “com medo” e para “tentar esfriar as coisas”. “Era só virar o ano, se Bolsonaro continuasse aí, ia ser preso, meu irmão”, declarou.

O ex-presidente foi para os Estados Unidos e não passou a faixa presidencial para Lula durante a posse, no dia 1º de janeiro.

Para os investigadores, os áudios comprovam a gravidade das suspeitas contra o policial federal, que poderá ser julgado no Supremo junto com outros acusados de envolvimento na tentativa de golpe.

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