Paciente mostra superlotação no Hospital João XXIII
Imagens mostram corredores lotados de pacientes aguardando atendimento neste sábado (17)
Publicado em 18/05/2025 07:45
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Após o governo de Romeu Zema (Novo) alegar normalidade, os corredores do Hospital de Pronto Socorro João XXIII (HPS), referência no atendimento a traumas em Belo Horizonte, apareceram lotados na tarde deste sábado (17). Pelo menos é isso que mostram as imagens obtidas pela Itatiaia, em que aparecem pacientes espalhados no local e, alguns deles, aguardando há semanas por cirurgias ortopédicas.

Sindicatos denunciam que o cenário de superlotação virou rotina após o fechamento do hospital Maria Amélia Lins (HMAL), que realizava cirurgia ortopédica após os procedimentos emergenciais realizados no João XXIII. À Itatiaia, profissionais do setor de saúde disseram que os hospitais atuavam em harmonia e de maneira complementar antes do fechamento do Amélia Lins.

O motorista Felipe Augusto Lourenço afirma que não há lugar para mais pacientes nos corredores do Hospital João XXIII. “Não tem onde colocar mais gente aqui no hospital João XXII. Tem bastante gente machucada, precisando de cirurgia e não tem o que fazer. Tá todo mundo aguardando cirurgia. A realidade do hospital aqui tá triste. Todo dia tá assim, corredores super cheios, tá difícil”, lamentou.

Ele, que aguarda por uma cirurgia há três semanas, alegou que o procedimento já foi marcado e cancelado duas vezes. “Disseram que não tinha anestesista. Até hoje não me deram uma previsão de nada. Meu osso já está colando fora do lugar porque eu não estou sentindo dor mais, mas ainda estou com o punho quebrado. O médico disse que era uma cirurgia simples e eu estou há três semanas assim. Todo mundo que chega passa na minha frente, eles não dão atenção”, reclamou.

Procurados pela Itatiaia para comentar o cenário de superlotação deste sábado, o governo de Minas e a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) ainda não retornaram aos nossos contatos. Em entrevistas recentes à Itatiaia, o secretário de saúde de Zema, Fábio Baccheretti, negou superlotação na instituição. Questionado por nossa reportagem, Baccheretti disse ainda que o fechamento do Hospital Maria Amélia Lins não impactou negativamente no HPS.

Relação entre HMAL e João XXIII

O Hospital Maria Amélia Lins é uma espécie de retaguarda do Hospital João XXIII. As instituições são independentes, porém complementares, garantem fontes no setor de saúde.

O João XXIII é especializado no atendimento de urgência e emergência. Já o HMAL era responsável por tratar os pacientes após acidentes. Neste cenário, o hospital Maria Amélia Lins atuava como um parceiro para ‘descongestionar’ o João XXIII.

Com o fechamento temporário do HMAL, os relatos são de que todos os tipos de casos estão sendo concentrados no João XXIII. As denúncias são de superlotação e demora para realização de cirurgias.

Neste cenário, cirurgias eletivas estariam sendo canceladas para priorizar os procedimentos de urgência.

 

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