O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse nesta segunda-feira que orientou a Polícia Federal (PF) a "não proteger ninguém" na investigação sobre o uso de candidatas laranjas pelo PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista à à rádio "Jovem Pan", Moro afirmou que, antes de assumir o cargo, combinou com o presidente que "ninguém seria poupado" se aparecessem denúncias. Quando fui convidado (por Bolsonaro para ser ministro), o que conversamos? Ninguém seria poupado. Essa é minha posição e do senhor presidente, que ninguém seria poupado. se surgissem casos de crimes no âmbito do governo. Isso seria apurado e nós não iríamos proteger ninguém. E essa é a orientação que tem sido passada para a PF e demais órgãos de investigação. Questionado se há algum desconforto em fazer parte de um governo cuja sigla pode ter utilizado candidaturas para desviar recursos do fundo eleitoral, Moro respondeu que todas as denúncias "têm que ser devidamente apuradas". Órgãos de investigação têm independência. O próprio presidente solicitou que esses episódios fossem devidamente apurados. O trabalho que tem que ser feito em relação a esse fato está sendo feito — disse. Questionado sobre as chances de aprovação do pacote anticrime pelo Congresso, o ministro respondeu que não há chance de que o projeto fique num escaninho esperando que a Reforma da Previdência seja aprovada: A Previdência é prioridade. Entretanto, isso não significa que o Congresso ficará trabalhando apenas em cima da reforma por um semestre. As duas coisas podem ser feitas ao mesmo tempo.