Em vídeo gravado por moradores do bairro Mutuaguaçu, em São Gonçalo, revelam que a PM não socorreu uma idosa baleada durante uma operação. A filmagem mostra Marli Pereira Tecla, de 65 anos, atingida por um tiro na cabeça no último dia 30 caída no chão, com a cabeça já ensanguentada. Um policial do 7º BPM (São Gonçalo) passa ao lado da senhora, com um fuzil e a ignora. Quem socorreu Marli foi o Corpo de Bombeiros, somente após o fim da ação. Ela chegou ao Hospital estadual Alberto Torres com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A PM abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar o caso.

Moradores do local acusam policiais militares pelos disparos que mataram a idosa e o jovem Rafael Santos, de 25 anos, no mesmo dia, na favela. Segundo relatos de parentes das vítimas, os dois foram baleados em locais próximos e não foram socorridos pelos agentes.

Era um grupo de pessoas que estava conversando na rua quando começaram os tiros. A Marli caiu no mesmo local. O Rafael foi baleado no peito e caiu numa ribanceira. Os PMs não socorreram nenhum deles, conta uma moradora da região, que preferiu não se identificar.

No dia seguinte à ação, a PM divulgou uma nota alegando que só depois da operação, “as equipes foram informadas que uma senhora foi encontrada baleada no interior da comunidade”. Segundo o texto, agentes do 7º BPM faziam uma operação na favela quando "criminosos armados efetuaram disparos contra os policiais". Ainda de acordo com a corporação, houve confronto. Na ação, foram apreendidos uma pistola 9 mm, dois carregadores, munições, drogas e um rádio transmissor. A nota não citava a morte de Rafael.

Ontem, a corporação enviou nova nota alegando que “os policiais preservaram o local até a chegada das equipes do Corpo de Bombeiros”. Questionada sobre o motivo pelo qual os agentes não socorreram a senhora, a PM afirmou que “um IPM foi instaurado para apurar as circunstâncias dos fatos”.