Os advogados de Michel Temer pediram a transferência do ex-presidente para uma unidade da Polícia Militar. Ele passou o primeiro dia de prisão no prédio da Polícia Federal, em São Paulo.
O ex-presidente Michel Temer está em uma sala, a poucos metros do gabinete do superintendente da Polícia Federal. Dois agentes fazem a segurança do ex-presidente. Temer dispensou o banho de sol, mas pediu para caminhar no corredor.
Pouco antes do meio dia desta sexta (10), ele recebeu a visita do advogado Eduardo Carnelós, e do ex-ministro Carlos Marun. Eles ficaram de três horas. O advogado voltou a dizer que não vê motivos para a prisão da prisão preventiva do ex-presidente.
“É preciso entender que não está agora em julgamento se ele praticou ou não os fatos que são imputados, as acusações que são dirigidas a ele. Agora está em julgamento se há fundamentos para mantê-lo preso preventivamente. E não há.”, alegou.
O advogado pediu a transferência de Temer para outro lugar, alegando que a sala na Polícia Federal não é adequada. Ela não tem banheiro privativo e fica em um local de grande circulação.
A juíza do Rio de Janeiro, onde corre o inquérito, pediu para que o Ministério Público Federal e a defesa de Temer se manifestassem sobre a transferência e também que a Polícia Militar informasse se tem condições de custodiá-lo. O coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Temer que também foi preso nesta quinta (9), está no presídio da Polícia Militar. Nesta sexta-feira, os advogados entraram com habeas-corpus no Superior Tribunal de Justiça.
A defesa alegou que “para que se justificasse a custódia cautelar decretada contra Lima, seria preciso ver, em sua liberdade, uma ameaça real e concreta à ordem pública. No entanto, não há uma menção sequer a qualquer conduta efetivamente praticada por João Baptista Lima Filho capaz de acarretar esse risco”. E pede ainda que seja considerada a idade avançada dele e “seu gravíssimo e periclitante estado de saúde”.
O habeas corpus do coronel Lima será julgado na próxima terça-feira (14), junto com o habeas corpus do ex-presidente Michel Temer. O relator, ministro Antonio Saldanha Palheiro, não quis decidir sozinho e levou os pedidos para o colegiado de cinco ministros que formam a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.