O estudo apresentado pela Vale ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) com o pior cenário possível para o caso de a barragem Sul Superior se romper, na Região Central do estado, mostra provável “inundação generalizada de áreas rurais e urbanas” com mortes, especialmente no distrito de Socorro e nas cidades de Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo. A reportagem teve acesso a um trecho do documento – chamado de “dam break” – nesta quinta-feira (23).
A descrição do potencial de inundação caso a barragem se rompa apresenta ainda a possibilidade de problemas relacionados ao abastecimento de água, impactos em área de preservação permanente, nas faixas marginais ao leito dos cursos de água, danos estruturais nos acessos locais de terra, rodovias e fornecimento de energia elétrica.
A barragem Sul Superior pertence ao complexo da Mina Gongo Soco. Um talude que fica a 1,5 km de distância da estrutura vai se romper, segundo a mineradora e a Secretaria de Meio Ambiente de Minas. A Vale e órgãos estaduais estão em alerta máximo. Os moradores de Barão de Cocais vivem dias de angústia sem saber o que vai acontecer.
O pior cenário é o rompimento do talude causar uma vibração que possa provocar o colapso da barragem Sul Superior.
E em caso de rompimento da barragem, o estudo da Vale mostra uma descrição resumida de potencial de inundação:
Ruptura da Barragem Sul Inferior na mina Gongo Soco;
Inundação generalizada de áreas rurais e urbanas com graves potenciais de danos estruturais e perda de vidas humanas, especialmente no distrito de Socorro e nos municípios de Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo;
Problemas relacionados ao abastecimento de água nas comunidades ribeirinhas e irrigação nas regiões abastecidas;
Possíveis interrupções nos acessos locais de terra, rodovias, linha de transmissão e no fornecimento de energia elétrica;
Possibilidade de danos estruturais em pontes e travessias importantes nos municípios atingidos;
Impactos em APP – Área de Preservação Permanente, nas faixas marginais ao leito dos cursos de água;
Assoreamento de cursos de água a jusante (abaixo da barragem), com deposição de rejeitos no leito e planícies de inundação e possível alteração da calha principal;
Alteração ou remoção da camada vegetal e do habitat, remoção do solo de cobertura, deposição de rejeitos e demais prejuízos à fauna e flora características da região.