A mulher suspeita de ter jogado a filha de três anos pela janela do quinto andar do prédio onde moravam no Jaguaré, Zona Oeste de São Paulo, perguntou para os bombeiros se a criança havia se ferido, antes de pular também.
“E ela teve traumatismo?”, perguntou a mulher à equipe, que realizava uma tensa negociação para que ela se rendesse. “Não teve, filha. Olha que coisa boa! Ela caiu sobre um carro e não se machucou”, tranquilizaram.
A negociação continuou, com a mulher claramente nervosa. “Mas eu vou sair daqui presa?”, perguntou. “Não, você vai sair comigo. Sou enfermeira”, se identificou uma profissional que estava junto ao resgate. “Me obrigaram a jogar ela”, justificou a mulher, sobre ter jogado a filha.
Em seguida, a mulher colocou fogo nas cortinas, os bombeiros arrombaram a porta e tentaram segurá-la, mas ela pulou.
A ocorrência durou cerca de duas horas, desde o chamado para atendimento. “Através da rádio, nós recebemos a solicitação de que uma mulher havia lançado a filha do quinto andar desse edifício”, explicou o policial militar Daniel César Gonçalves Garcia.
A mulher é nova moradora do prédio e os vizinhos relataram ter ouvido comentários de que ela já teve surtos parecidos.
Como foi
À 00h30 desta sexta-feira, a Polícia Militar (PM) recebeu o chamado para atender a ocorrência da queda de uma criança de três anos do quinto andar de um prédio na Avenida Corifeu de Azevedo Marques.
A menina sobreviveu, pois caiu sobre um carro, que entrava no edifício, amortecendo a queda. A PM informou ainda, que a menina estava dormindo no momento da queda, e não se lembra de nada.
A negociação entre os bombeiros e a mulher de 29 anos para que ela se entregasse durou cerca de duas horas. Depois que ela pulou, também sobreviveu e foi indiciada por tentativa de homicídio. Ambas recebem cuidados no Hospital das Clínicas - a menina passa bem, mas a mulher está em estado grave.
O capitão Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros, deu mais detalhes sobre a operação no apartamento. Ele disse que a equipe arrombou a porta porque a mulher abriu a válvula de gás, antes de botar fogo na cortina, e havia o risco de explosão.
Palumbo também disse que em nenhum momento a mãe foi tratada como criminosa, mas como uma pessoa que estava em surto psicótico e precisava de atendimento médico.