Um homem de 39 anos e um jovem de 19 anos, feridos na explosão de uma embarcação no Rio Amazonas na quinta-feira (1º), no Amapá, estão com 60% e 50% dos corpos queimados, respectivamente. O estado de saúde deles é considerado grave, mas estável.
A informação foi repassada pelo cirurgião plástico Augusto Pupio, médico do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital de Emergência (HE), em Macapá, onde as vítimas estão internadas. De acordo com Pupio, apesar da gravidade, eles estão falando e andando.
"Mesmo com a gravidade da situação, eles estão conversando, andando e orientados. Só que é instável, pode ser que daqui quatro horas o quadro mude completamente", avaliou o cirurgião plástico.
Ele acrescentou que, no momento, as vítimas estão estáveis, mas a situação de pessoa queimada pode ser instável. Por isso, os pacientes serão observados por 72 horas. Após esse período, a equipe médica decidirá se será preciso ou não alguma cirurgia.
"Em relação às queimaduras, a gente vai observar a evolução, que normalmente dura 72 horas, e, a partir de então, vamos avaliar se há necessidade ou não de algum procedimento cirúrgico complementar. Em princípio, não há necessidade", afirmou Pupio.
A explosão ocorreu no Igarapé da Fortaleza, local que fica entre as cidades de Macapá e Santana, na região da Área de Proteção Ambiental (APA) da Fazendinha. Duas embarcações foram destruídas totalmente e quatro parcialmente, informou o Corpo de Bombeiros Militar (CBM).
As equipes da Capitania dos Portos ainda investigam o que teria motivado a explosão. Em um primeiro momento, a suspeita é de que o acidente teve relação com manuseio de combustível, segundo o major dos Bombeiros, Manoel Nunes.
"[...] Aqui no local percebemos um odor muito forte de combustível. É provável que nessa embarcação onde iniciou o incêndio possa ter combustível no porão dela. Essa pode ter sido a causa, mas cabe um estudo para verificar", declarou Nunes.
A reportagem conversou com um homem que estava na embarcação que explodiu. Ele não quis gravar entrevista, mas disse que pelo menos sete pessoas estavam no veículo no momento do incêndio.
O homem detalhou que o grupo iria levar combustíveis à cidade de Breves, no Pará. Quando o motor foi ligado, segue o relato, ocorreu a explosão. Todas as pessoas que estavam no barco pularam no rio, segundo ele.
Quando houve a explosão, as embarcações estavam próximas a um posto de combustíveis que funciona numa balsa, na saída do igarapé para uma grande margem do Rio Amazonas. O empreendimento não foi atingido pelas chamas.
Em nota, a empresa que administra o posto declarou que "foi adotado o procedimento padrão de segurança para o abastecimento da embarcação, não estando, portanto, vinculada a explosão com a ação realizada no posto".
A empresa acrescentou que "o acidente não ocorreu no momento em que a embarcação estava abastecendo e nem no local onde fica localizada a balsa de combustível".