As buscas por vítimas da tragédia de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, completam 200 dias nesta segunda-feira (12). De acordo com último balanço da Defesa Civil, 248 corpos foram identificados e 22 pessoas continuam desaparecidas.
De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros Pedro Aihara, esta já é a maior operação de busca e resgate do Brasil, ultrapassando o trabalho realizado nos deslizamentos na Região Serrana do Rio de Janeiro, em 2011.
Cerca de 140 bombeiros seguem em Brumadinho. Dois cães farejadores e 180 máquinas participam das buscas em duas frentes. Os trabalhos seguem ininterruptos desde o dia 25 de janeiro, data do rompimento da Barragem de Córrego do Feijão, da Vale.
Os rejeitos de minério devastaram a área administrativa da mineradora, incluindo o refeitório da Vale, onde muitos trabalhadores almoçavam. A lama também destruiu plantações e casas de moradores da região.
O Rio Paraopeba, um dos afluentes do São Francisco, foi contaminado. A captação de água está interrompida desde o dia do rompimento.
A operação só será encerrada quando todas as vítimas forem encontradas ou quando não houver mais condições biológicas de buscas.
Método
Conhecer detalhes e hábitos de quem trabalhava na Mina do Córrego do Feijão faz parte do trabalho de inteligência desenvolvido pelos bombeiros.
As fotos de cada uma das vítimas ainda não encontradas, coladas entre mapas e esboços do trabalho de buscas na parede da sala de comando do Corpo de Bombeiros, na Base Bravo, faz parte da estratégia da equipe de inteligência.
Os nomes, hábitos, roupas e locais onde essas pessoas possivelmente estavam e com quem estavam no momento da tragédia é de conhecimento de todos os militares que estão à frente do planejamento das ações de resgate.
Identificação
O número de mortos identificados no desastre da Mina do Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, na Região Metropolitana, está há mais de um mês sem sofrer alterações, segundo a Polícia Civil.
O Instituto Médico Legal (IML) afirmou que continua recebendo fragmentos de corpos. Um equipamento sequenciador de DNA - chamado Illumina - está em fase de instalação e um perito passa por treinamento nesta semana no Rio Grande do Sul para realizar as identificações.
Ainda segundo a corporação, o funcionário levou 52 amostras para extração de DNA. A expectativa da polícia é que ele volte com o maior número possível de amostras analisadas.
Aproximadamente 70 casos foram identificados por meio de DNA em junho e julho. A polícia relatou que as amostras eram de pessoas que já haviam sido identificadas anteriormente.