O Superior Tribunal de Justiça (STJ) aumentou a indenização devida à família de Marcos Paulo Rodrigues Campos para 400 salários mínimos. Aos 17 anos, ele foi revistado por soldados do Exército que, por se sentirem desacatados, o entregaram a traficantes do Morro da Mineira, comandado por uma facção rival. Marcos foi torturado até a morte.
A indenização estabelecida anteriormente era de R$ 110 mil. O ressarcimento inicial foi considerado "desarrazoado" (que não é razoável) pelo ministro Napoleão Nunes Maia Filho, relator do processo no STJ.
"Especialmente diante das graves peculiaridades da causa", escreveu ele.
O advogado da família, João Tancredo, estima que a indenização chegue a R$ 1,2 milhão, considerando ainda os juros e a pensão que não foi paga.
Relembre o caso
Na ação, em 2008, foram mortos com 46 tiros Wellington Gonzaga Ferreira, David Wilson da Silva e Marcos Paulo Campos. O Exército fazia a segurança das obras do projeto Cimento Social, quando os três jovens inocentes foram abordados para uma revista.
Sob o pretexto de que foram desacatados, os militares resolveram levá-los ao Morro da Mineira, dominado por uma outra facção criminosa. De acordo com a denúncia, os militares sabiam que os jovens inocentes poderiam ser mortos.