O corpo de uma criança, encontrado boiando em um trecho do Rio Ribeira, em Iguape, no litoral de São Paulo, estava com roupas e objetos reconhecidos como sendo do garoto Gabriel Lopes Coutinho, de oito anos. Ele está desaparecido há mais de duas semanas e, agora, exames necroscópicos serão feitos para comprovar se os restos mortais são de fato dele.
O corpo foi localizado boiando na água por pescadores na região do bairro Guaviruva, em Registro, no interior paulista, no domingo (25). O Corpo de Bombeiros só o localizou na segunda-feira (26), na altura do bairro Jipovura, na cidade vizinha, devido à alta da maré e correnteza do rio.
Equipes do Instituto e Criminalística (IC), Polícia Civil e Instituto Médico Legal (IML) atuaram na remoção do corpo. Ele estava com as mãos amarradas com uma corda e foi levado ao IML. O fato foi apresentado na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Registro, onde o caso é investigado.
"As mãos estavam amarradas. Não temos dúvidas de que ocorreu um crime, um homicídio. E coincide com a descrição que a mãe nos relatou, que ele desapareceu com a correntinha e com o short laranja", explicou Marcelo de Freitas, delegado titular da DIG.
O corpo estava com uma calça azul com a bermuda laranja por baixo, além de uma camiseta cinza e a correntinha, dada pela mãe de Gabriel. Agora, exames de DNA e de análise da arcada dentária serão feitos a fim de constatar se ele é ou não o menino. O estado de decomposição não permitiu confirmar se ele era uma menina ou menino.
Desaparecimento e investigações
As buscas por Gabriel começaram após a mãe do garoto, a autônoma Luciana Custódio, de 37 anos, dar falta do filho. Primeiro, vizinhos e conhecidos o procuraram pelo bairro Vila Ouro. Depois, um boletim de ocorrência foi registrado e o caso passou a ser investigado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Luciana chegou a acreditar que o filho tivesse sido sequestrado.
Durante duas semanas, os trabalhos se concentraram em uma área de mata perto da casa do menino, onde ele teria ido brincar. Pedaços de rabiola e roupas foram achadas, mas não foram identificadas. Dias depois, o chinelo e a pipa de Gabriel foram localizados.
ães farejadores da capital paulista auxiliaram nos trabalhos, mas negativaram a presença dele na mata. Por ter vários poços artesanais desativados, a hipótese de que o menino tivesse caído em um deles chegou a ser considerada, mas nada foi localizado.
O sobrevoo com drones e do helicóptero Águia da PM não localizou pistas por Gabriel. Em paralelo, o delegado Marcelo Freitas, que liderou as investigações, chegou a ouvir mais de 50 pessoas que tinham contato com o menino. As buscas, lideradas pelos bombeiros, chegaram a ser encerradas.
No fim da última semana, dois carros foram apreendidos pela Polícia Civil e passaram por perícia. Um deles era do padrasto do menino, que chegou a ser registrado por uma câmera transportando uma criança. O homem chegou a ser ouvido por mais de dez horas e a casa de Gabriel também foi periciada. O resultado dos trabalhos sairá na próxima semana.