ESTAMOS CHOCADOS DIZ ESPOSA DE ASSASSINO DE FUNCIONÁRIO DO MEC
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Publicado em 29/08/2019

Três dias após Marinésio dos Santos Olinto, de 41 anos, confessar que matou a funcionária do Ministério da Educação (MEC) Letícia Sousa Curado Melo, de 26 anos, e a empregada doméstica Genir Pereira de Sousa, de 47 anos, a esposa do cozinheiro disse que está em choque.

Durante a tarde desta quarta-feira (28), ela e a filha, de 16 anos, estiveram no endereço onde a família morava. Uma casa simples, em uma rua de terra no Vale do Amanhecer, em Planaltina, no Distrito Federal. "Não imaginava. Estamos chocados."

A mulher pediu para que seu nome não fosse revelado. Ela disse que foi casada com Marinésio por 19 anos.

Mãe e filha apanharam alguns pertences e saíram, rapidamente. Elas temem represálias.

"É triste ter que abandonar a própria casa."

O corpo de Letícia Sousa Curado Melo foi encontrado na segunda-feira (26). A jovem estava desaparecida desde sexta-feira (23), quando saiu para o trabalho, por volta das 7h.

Funcionária do Ministério da Educação (MEC), ela morava em Planaltina e foi vista – por meio de câmeras de segurança entrando na caminhonete de Marinésio dos Santos Olinto.

O homem foi preso no domingo (25). Na segunda-feira, confessou o crime e levou os policiais até o local onde havia deixado o corpo.

"Ele disse que enforcou a advogada porque ela se recusou a manter relações sexuais."

Maníaco em série

Marinésio é investigado pela suspeita de ter cometido os seguintes crimes, sempre dentro da caminhonete prata que utilizava:

Feminicídio de Letícia Sousa Curado Melo, de 26 anos. Ela desapareceu em 23 de agosto e o corpo foi encontrado três dias depois.

Feminicídio de Genir Pereira de Sousa, de 47 anos. Ela desapareceu em 2 de junho e o corpo dela foi encontrado 10 dias depois.

Abuso sexual contra duas irmãs, de 18 e 21 anos. Elas usaram uma panela de ferro para conseguir fugir do carro.

Abuso sexual contra uma jovem de 23 anos. Ela pulou do carro em movimento para evitar ser estuprada.

O delegado Veluziano Castro, um dos responsáveis pela investigação, disse que o suspeito confessou os assassinatos, mas negou a violência sexual contra Letícia.

"É comportamento de maníaco em série, perfil desviado, embora saiba perfeitamente de tudo que faz."

Ainda segundo a polícia, Marinésio permaneceu em silêncio quando confrontado com algumas provas do crime, como as imagens em que o carro dele aparece gravado por câmeras de segurança.

Além do homicídio das duas vítimas já identificadas Letícia e Genir, a polícia passou a investigar uma possível relação entre o suspeito e crimes cometidos há, pelo menos, cinco anos.

"A inteligência da polícia reabriu inquéritos de 2014 e 2015 que estavam para ser arquivados por falta de indícios de suspeitos."

Ainda de acordo com o delegado Veluziano Castro, o modo de operação do agressor, a semelhança entre os carros usados nos crimes, a causa da mortes das vítimas – por asfixia – e o local onde foram encontradas (Planaltina e Paranoá) apontam a participação dele nos assassinatos.

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