O júri popular do segurança Michel Flor da Silva, acusado de matar e estuprar a estudante Rayane Paulino Alves, de 16 anos, começou às 13h40, desta sexta-feira (30), no Fórum Criminal de Mogi das Cruzes em Brás Cubas.
A adolescente foi morta após uma carona do segurança. A vítima tentava voltar para a casa depois de uma festa.
Silva está preso desde o dia 31 de outubro de 2018. Segundo a polícia, ele confessou ter matado a jovem.
O advogado de defesa do acusado, Wagner Arcanjo da Cruz, informou que Michel Flor da Silva diz que cometeu o homicídio, mas que não houve estupro e nem ocultação de cadáver.
"Foi cometido um homicídio simples, após eles terem tido uma relação consensual. São meras alegações do delegado, não há o que comprove o estupro e a ocultação de cadáver", destacou.
Em carta divulgada nesta quinta-feira (30), o acusado afirma ter se arrependido, mas afirma que não quer pagar por crimes que não cometeu.
Júri
O júri começou às 13h40, 40 minutos após o horário marcado, com salão lotado. O fim está previsto para 20h desta sexta.
Muitas pessoas ficaram do lado de fora. De acordo com a organização, foram distribuídas 50 senhas, sendo que a família de Rayane já havia reservado 17 delas.
O réu, que está preso em Guarulhos, chegou por volta de 9h30. Silva começou a ser ouvido às 14h48 e o depoimento durou 30 minutos. Antes dele falaram o delegado que investigou o caso, Rubens José Angelo, um policial, o pai e uma amiga da vítima e o médico legista.
O júri então seguiu para a fase de debates.
O caso
Rayane Paulino Alves, de 16 anos, desapareceu na madrugada de um domingo, no dia 21 de outubro de 2018, após sair de uma festa em um sítio no limite entre Guararema e Mogi das Cruzes. A estudante saiu do sítio e começou a andar no sentido Guararema.
No caminho, um motorista de transporte por aplicativo orienta a jovem que ela caminha no sentido contrário ao que queria ir, já que ela queria ir para casa, em Mogi das Cruzes. O homem a oferece carona até a rodoviária de Guararema, onde ela poderia pegar um ônibus.
Quando Rayane chegou ao local, conversou com o segurança Michel Flor da Silva, que ofereceu água e blusa, mas ela não aceitou. Depois, ele ofereceu uma carona e os dois saíram de carro.
Rayane ficou desaparecida por oito dias. O corpo dela foi encontrado uma semana depois, em uma área de mata, na Avenida Francisca Lerário, em Guararema.
De acordo com o delegado Rubens José Ângelo, Michel estava trabalhando na rodoviária como segurança e disse à polícia que, ao ver Rayane sozinha, se ofereceu para levá-la até a casa dela.
Para a polícia, ele já tinha a intenção de estuprar a jovem e, depois do crime sexual, matou Rayane asfixiada.
Na versão de Michel, Rayane disse que queria "curtir" e os dois decidiram ir para uma festa em Jacareí. No caminho, tiveram uma relação sexual e, depois, a jovem disse que ele havia abusado dela e iria chamar o pai, que era policial.
Ainda segundo o acusado, a vítima começou a bater nele, e ele deu um golpe mata-leão. Depois percebeu que ela ainda estava viva, então arrancou o cadarço da bota que ela usava e a asfixiou.